Em 2016, J.D. Vance, um capitalista de risco e graduado em direito por Yale, lançou o livro de memórias Era Uma Vez um Sonho, de Hillbilly Elegy. O best-seller instantâneo fez de Vance uma estrela da mídia e foi adaptado para um filme indicado ao Oscar, dirigido por Ron Howard.
Oito anos depois da sua publicação, o livro de J.D. Vance voltou às listas dos mais vendidos depois de ele ser nomeado como vice-presidente na chapa com Donald Trump para a Presidência dos Estados Unidos.
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Menos de 24 horas depois do anúncio do senador republicano J.D. Vance como vice de Trump, o livro Era Uma Vez um Sonho alcançou o topo dos livros mais vendidos no site da Amazon.
Na última terça-feira 16, a adaptação cinematográfica de 2020 estrelada por Glenn Close e Amy Adams tornou-se o sexto filme mais assistido no Top 10 da Netflix nos Estados Unidos.
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A audiência do filme aumentou 1.179% no serviço de streaming em comparação ao dia anterior à nomeação de Vance, segundo pesquisa da Luminate.
O levantamento mostrou que o filme foi assistido por 19,2 milhões de minutos na segunda-feira 15, um salto em relação aos 1,5 milhão de minutos do domingo, 14, quando surgiram rumores sobre a nomeação de Vance.
Quando lançado, o filme recebeu críticas majoritariamente negativas, embora Close e Adams tenham sido elogiadas por suas atuações, assim como Gabriel Basso.
Repercussão do livro e filme de J.D. Vance
Glenn Close foi indicada ao Oscar e ao Razzie Awards, que premia os piores do cinema todos os anos. O livro Era Uma Vez um Sonho narra a infância de J.D. Vance, marcada pela pobreza, abusos e vício de sua mãe.
Na época do lançamento do filme, o livro foi amplamente discutido como uma explicação para a ascensão de ex-presidente dos EUA Donald Trump entre a classe trabalhadora branca.
Com o aumento da popularidade do livro após a nomeação de Vance como vice de Trump, o Goodreads restringiu temporariamente ações em Era Uma Vez um Sonho, como o envio de classificações e resenhas.
Um alerta no site dizia: “Isso pode ocorrer porque detectamos um comportamento incomum que não segue nossas diretrizes de revisão.”
Um representante do Goodreads recusou-se a comentar a investigação do jornal CNN sobre a atividade específica no livro de J.D. Vance, mas, segundo as diretrizes da comunidade, o site lançou a capacidade de limitar resenhas e classificações de um livro no início deste ano.
Os EEUU irão eleger uma chapa onde o vice presidente é autor de um dos livros mais vendidos pela Amazon. Consolemo-nos por viver num país governado por um presidente apedeuta que se orgulha de nunca ter lido um único livro. Não por acaso, as politicas educacionais nesse nosso país primam por aprofundar a ignorância.