O presidente Lula chamou de ameaça as exigências ambientais feitas pela União Europeia (UE) para a finalização de um acordo com o Mercosul. Ao discursar na Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global, em Paris, evento organizado pelo presidente francês, Emmanuel Marcon, Lula cobrou acordos comerciais mais justos.
“Estou doido para fazer um acordo com a União Europeia, mas não é possível. A carta adicional que foi feita pela UE não permite que se faça um acordo. Nós vamos fazer a resposta e vamos mandar a resposta. Não é possível que tenhamos uma parceria estratégica e haja uma carta adicional fazendo ameaça a um parceiro estratégico”, declarou Lula em discurso nesta sexta-feira, 23, ao lado de Macron e do primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz.
Lula já tinha criticado as exigências anteriormente. Em maio, o governo brasileiro rejeitou a carta adicional com a qual os europeus apresentaram condicionantes à assinatura e à posterior ratificação do acordo. Essa carta torna obrigatórias metas que o Brasil instituiu voluntariamente no Acordo de Paris e prevê punições em caso de descumprimento.
O texto está alinhado com a nova lei antidesmatamento adotada nos 27 países da UE, que determina o banimento de produtos que tenham sido produzidos em área desmatada de 2021 em diante. Desde a apresentação dos termos europeus, o acordo emperrou.