O Ministério da Defesa de Taiwan informou nesta quinta-feira, 30, que detectou 38 aviões de guerra e 11 navios da China comunista em suas proximidades nas últimas 24 horas. A movimentação ocorreu depois de uma simulação de cerco à ilha realizada por Pequim na semana anterior, como parte de um grande exercício militar.
Taipei mobilizou aeronaves e navios militares em resposta, com 28 dos aviões chineses cruzando a linha mediana do Estreito de Taiwan. O ministro das Relações Exteriores de Taiwan, Lin Chia-lung, declarou que as ações do Partido Comunista Chinês visam a “corroer aos poucos o espaço aéreo e naval” da ilha para criar um novo normal e anexar o território.
Pequim considera Taiwan e a China continental como uma só nação, e o presidente Xi Jinping já manifestou a intenção de reincorporar a ilha, usando a força se necessário. A recente mobilização coincidiu com visitas de delegações do Congresso dos Estados Unidos, as primeiras desde a posse do presidente taiwanês, Lai Ching-te, em 20 de maio.
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Em comunicado, um porta-voz do Ministério da Defesa da China afirmou que os exercícios “atingiram seus objetivos planejados”. Pequim também afirmou que as Forças Armadas estão prontas para mais ações em caso de provocação.
“A mobilização foi uma medida para conter atividades hostis de separatistas e movimentos pró-independência de Taiwan”, afirmou o governo comunista. “Um aviso contra interferência estrangeira.”
Pressão contínua e estratégias de desgaste entre Pequim e Taiwan
A pressão de Pequim sobre Taiwan tem se intensificado nos últimos anos, com frequentes incursões de aviões, drones e navios de guerra ao redor da ilha. Especialistas afirmam que essas manobras visam a desgastar as Forças Armadas taiwanesas e testar suas respostas.
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“Temos certeza que, apesar de turbulências e mudanças na situação externa, resolveremos tudo com facilidade”, afirmou o Ministério da Defesa da China comunista. “Responderemos com medidas fortes em caso de mais ações separatistas.”
A maioria da comunidade internacional, pressionada pela China, não reconhece Taiwan como um país independente, incluindo os EUA. Embora apoiem Taiwan militarmente, os norte-americanos aderem ao princípio de “uma só China”. O Brasil, a saber, também não reconhece Taiwan como um Estado soberano.
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Quem tem que decidir isso é o povo de Taiwan.
Claro !