Protestos ao redor do mundo se opuseram à fraude nas eleições da Venezuela. Iniciadas no sábado 17, as manifestações ocorreram em Nova York, Rio de Janeiro, Paris, Santiago, Barcelona, Madri, Cidade do México e Caracas.
New York, New York 🇺🇸
— Comando ConVzla (@ConVzlaComando) August 18, 2024
Por nuestras familias, por todos los que debieron huir de este régimen, por el reencuentro de millones, no descansaremos hasta lograr ser libres.
¡Que el mundo no olvide que el 28J #GanóVzla! #YoSalíPorVzla este 17 de agosto. pic.twitter.com/4YOwWbx6Vf
O objetivo foi chamar a atenção internacional para a crise enfrentada pelo povo venezuelano, em virtude da fraude cometida pelo ditador Nicolás Maduro.
Os manifestantes também solicitaram apoio de governos estrangeiros a Edmundo González, candidato da oposição.
“¡Gracias, #Chile!”. 🇨🇱
— Comando ConVzla (@ConVzlaComando) August 17, 2024
El grito de cientos de venezolanos en Santiago, reunidos en protesta por su país y la libertad que todos merecemos.
Está claro: #GanóVzla con @EdmundoGU y no descansaremos hasta que se respete ese resultado. #YoSalíPorVzla. pic.twitter.com/5jVgPlCyVl
Em Caracas, a líder da oposição María Corina Machado percorreu as ruas em um caminhão, gritando “coragem” e “liberdade”. Diante de uma multidão, ela afirmou que era o momento de “respeitar cada voto”.
Barcelona! pic.twitter.com/FWupQnynSh
— Gabriela Montero (@monterogabriela) August 17, 2024
“Que o mundo e todos na Venezuela reconheçam que o presidente eleito é Edmundo González”, declarou, recebendo aplausos dos apoiadores.
Hoy, los venezolanos decidimos salir a las calles juntos; sin importar dónde nos encontramos.
— María Corina Machado (@MariaCorinaYA) August 17, 2024
Alzamos la voz para que todos entiendan que esto no tiene vuelta atrás, QUE LA SOBERANÍA POPULAR SE RESPETA y que el pueblo y el mundo nos apoyan.
GANAMOS!! Por eso, #YoSalíPorVzla… pic.twitter.com/epTnX0fVvJ
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“Eles não poderão encobrir a realidade de 28: vencemos de forma esmagadora.” Ele não compareceu à manifestação em Caracas”, escreveu González, em sua conta no Twitter/X, escreveu.
Reações e manifestações pelo mundo
Em frente ao Monumento à Revolução, na Cidade do México, centenas de pessoas repetiram os gritos de “Liberdade! Liberdade!” que dominaram os comícios da oposição antes da eleição. “Fora Maduro! Fora Maduro!” gritaram, enquanto motoristas buzinavam em apoio.
Más de Madrid, donde miles de venezolanos salieron a las calles a ser parte de la Gran Protesta Mundial por la Verdad de Venezuela.
— Comando ConVzla (@ConVzlaComando) August 17, 2024
En #España y todo el mundo hay una voz venezolana haciendo ruido para que se respeten nuestros derechos. #GanóVzla y el mundo lo sabe, aunque a… pic.twitter.com/D0hgolWLMH
Em 28 de julh, o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, cujos membros são leais ao partido governista, declarou Maduro vencedor da eleição poucas horas após o fechamento das urnas. Diferente das eleições anteriores, o órgão não divulgou dados detalhados das planilhas para sustentar a alegação de que Maduro obteve 6,4 milhões de votos, enquanto González, representando a coalizão de oposição Plataforma Unitária, conseguiu 5,3 milhões.
Toulouse, Bayonne, París 🇫🇷🗼
— Comando ConVzla (@ConVzlaComando) August 18, 2024
En #Francia también nos levantamos 🇻🇪
¡Viva Venezuela libre, esa que eligió y ganó! #YoSalíPorVzla pic.twitter.com/tjELUefngO
Documentos e provas da oposição na Venezuela
González e Machado surpreenderam os venezuelanos ao revelar que obtiveram mais de 80% das planilhas emitidas por cada urna eletrônica após o fechamento das urnas. Os documentos, segundo eles, mostravam a vitória de González por ampla margem e foram disponibilizados em um site para consulta pública. Machado incentivou os apoiadores a imprimirem a planilha de sua estação de votação e levá-la às manifestações de sábado.
En Río de Janeiro cantamos el Himno junto a @karinalavoz.
— Comando ConVzla (@ConVzlaComando) August 17, 2024
¡Estamos unidos por un mismo deseo de cambio y libertad!
Así nos hicimos escuchar en #Brasil. 🇧🇷 pic.twitter.com/6aZTzlipPw
Na Cidade do México, alguns seguravam cartazes criticando a decisão do governo mexicano de não participar de uma audiência da Organização dos Estados Americanos focada na crise eleitoral da Venezuela.
“México, sentimos sua falta na OEA”, dizia um dos cartazes. A oposição reiterou a necessidade do apoio da comunidade internacional para que Maduro aceite os resultados desfavoráveis da eleição. “A zombaria é pior desta vez porque há provas; qualquer um pode vê-las”, disse Janett Hurtado, 57, que deixou a Venezuela há dois anos, referindo-se às planilhas de votação. “O governo nos tirou outras eleições novamente.”
Repressão e detenções
Janett observou o medo dos venezuelanos de falar contra Maduro depois das prisões em massa relacionadas aos protestos contra os resultados eleitorais. Mais de 2 mil pessoas foram presas por protestar contra Maduro ou questionar sua alegação de vitória, apesar das evidências de o ditador perdeu por uma margem superior a 2 para 1.
“Creyeron que con persecución a nuestros testigos no íbamos a tener las actas y en 24 horas ya las teníamos digitalizadas (…) Eso lo hicimos todos nosotros”.
— Comando ConVzla (@ConVzlaComando) August 17, 2024
💪🇻🇪 @MariaCorinaYA desde Caracas. #GanóVzla#YoSalíPorVzla pic.twitter.com/Lsy1roCIKA
Segundo o grupo de direitos humanos Provea, 24 pessoas foram mortas. A onda de detenções, incentivada pelo próprio Maduro, é sem precedentes e pode facilmente superar as prisões realizadas em três repressões anteriores contra opositores.
Entre os detidos estão jornalistas, líderes políticos, membros de campanhas e um advogado que defendia manifestantes. Outros tiveram seus passaportes venezuelanos anulados ao tentarem deixar o país. Uma ativista local transmitiu ao vivo sua prisão por agentes de inteligência militar que invadiram sua casa com um pé de cabra.
“É doloroso ver o que está acontecendo”, disse a filha de Hurtado, Veronica Guedez, 19. “Estamos aqui para nos apoiar como irmãos e irmãs.”