David Bennett, de 57 anos, morreu na quarta-feira 9. Dois meses antes, em 7 de janeiro, ele havia se tornado o primeiro homem a receber o transplante de um coração de porco. O procedimento ocorreu no Centro Médico da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, com autorização emergencial da Food and Drug Administration (FDA, na sigla em inglês, a “Anvisa” dos EUA).
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Em comunicado, o hospital informou que Bennett conseguiu falar com a família horas antes de morrer. A nota cita “cuidados paliativos compassivos” depois que o quadro dele foi considerado irreversível.
Conforme informações da equipe médica, o coração de porco transplantado funcionou “muito bem” até os primeiros “45 ou 50 dias”, sem sinais de rejeição. “Infelizmente, múltiplos órgãos começaram a falhar, e acho que isso resultou em sua morte”, disse Muhammad M. Mohiuddin, diretor científico do programa de xenotransplante (enxerto entre espécies diferentes) cardíaco da Faculdade de Medicina da Universidade de Maryland.
Sem opções além do coração de porco
O paciente foi informado dos riscos do procedimento inédito. Ele aceitou fazer o transplante com o coração de porco porque ele era considerado muito doente para receber o órgão de um doador humano.
“Ou eu faço esse transplante ou morro”, teria dito o paciente antes da cirurgia, segundo funcionários do hospital. “Quero viver. Sei que é um tiro no escuro, mas é minha última opção.”
Antes do transplante
Com sede em Blacksburg, Virgínia, a Revivicor, empresa especializada em medicina regenerativa, forneceu o coração de porco. O animal passou por dez alterações genéticas. Dentre elas, a exclusão ou a desativação de quatro genes — incluindo o responsável por causar a rejeição humana. Além disso, o gene de crescimento também foi retirado. A equipe ainda utilizou um medicamento experimental para impedir que o corpo do paciente rejeitasse o órgão.
Antes da tentativa em humanos, o médico Muhammad Mohiuddin, professor de cirurgia na Escola de Medicina da Universidade de Maryland e criador do programa de xenotransplantes junto com Griffith, já havia transplantado com sucesso um coração de porco para um babuíno.
Foi consensual. Assim também deve ser a eutanásia.
Isso não é ciência.É experiência macabra.