O ex-companheiro da maratonista ugandense Rebecca Cheptegei, Dickson Ndiema Marangach, morreu na última segunda-feira, 9. Ao atear fogo em Rebecca, Marangach também foi atingido pelas chamas. Ele estava internado em um hospital do Quênia com queimaduras graves.
Rebecca, de 33 anos, teve mais de 75% do corpo queimado no dia 1º de setembro. Ela morreu quatro dias depois. Segundo a mídia local, Marangach sofreu queimaduras em 30% do corpo quando agrediu a corredora.
A maratonista, que terminou em 44º lugar na Olimpíada de Paris 2024, é a terceira esportista de elite a ser morta no Quênia desde outubro de 2021.
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Morte de maratonista reacende preocupações sobre violência doméstica no Quênia
A morte da maratonista recolocou os holofotes sobre a violência doméstica no Quênia, no leste da África, especialmente dentro da comunidade de corredores.
“A Justiça realmente teria sido para ele ficar sentado na cadeia e pensar sobre o que fez”, disse a cofundadora do Tirop’s Angels, um grupo de apoio para sobreviventes de violência doméstica do Quênia, Viola Cheptoo. “Isso não é nenhuma notícia positiva. O choque da morte de Rebecca ainda está fresco.”
Viola fundou o Tirop’s Angels em homenagem a Agnes Tirop, uma promissora corredora encontrada morta em sua casa em Iten, em outubro de 2021, com múltiplos ferimentos de faca no pescoço.
O marido de Agnes, Ibrahim Rotich, foi acusado do crime, mas se declarou inocente. O caso continua em investigação.
Dados do governo queniano de 2022 revelam que quase 34% de meninas e mulheres de 15 a 49 anos no país sofreram violência física.
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A pesquisa também revelou que 41% das mulheres casadas enfrentaram violência. No cenário global, uma mulher é assassinada por um familiar a cada 11 minutos, segundo um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) Mulheres de 2023.