Nicarágua corta relações com Taiwan em favor da China

O Ministério das Relações Exteriores da Nicarágua rompeu relações formais com o governo de Taiwan. O ministro Denis Mocada Colinders anunciou a decisão por meio de uma declaração oficial na quinta-feira 9.

“O governo da República da Nicarágua declara que reconhece que no mundo há apenas uma única China”, declarou em nota. O texto ainda diz que “a República Popular da China é o único governo legítimo que representa toda a China e Taiwan é uma parte inalienável do território chinês”.

De acordo com The New York Times, 14 países, incluindo o Vaticano, permanecem reconhecendo a soberania do país atualmente. Em 2017, esse número chegava a 21. Desde então, além da Nicarágua, Panamá, República Dominicana, Burkina Faso, El Salvador, Kiribati e Ilhas Salomão cortaram as relações com a ilha.

Por meio do Twitter, a presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, se manifestou sobre o rompimento. “A Nicarágua encerrou os laços diplomáticos com Taiwan”, escreveu na rede social. “Gostaria de enfatizar que nenhuma pressão externa pode abalar nosso compromisso com a liberdade, os direitos humanos, o Estado de Direito e a parceria com a comunidade democrática internacional como uma força do bem”, escreveu na rede social.

Reação de pró-Taiwan

O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ned Price, emitiu uma nota ontem abordando o assunto. O documento questiona a legitimidade do presidente nicaraguense, Daniel Ortega, para decidir pelo rompimento.

“O regime de Ortega-Murillo anunciou que cortou relações diplomáticas e encerrou o contato oficial com Taiwan, mas a simulação da eleição em 7 de novembro não lhe deu qualquer mandato para retirar a Nicarágua da família das democracias americanas”, escreveu. “Sem o mandato que acompanha uma eleição livre e justa, as ações de Ortega não podem refletir a vontade do povo nicaraguense, que continua lutando pela democracia e pela capacidade de exercer seus direitos humanos e liberdades fundamentais.”