Em artigo publicado na Edição 114 da Revista Oeste, Ana Paula Henkel escreve sobre a tragédia que ocorreu em Uvalde, no Texas, na semana passada. De acordo com a colunista, casos assim devem provocar discussões que transcendem o simples debate “mais armas ou menos armas”.
Leia um trecho
“Longe das abjetas tentativas de usar a inimaginável dor de pais e mães para as agendas políticas, é preciso abordar de maneira honesta e com maior profundidade alguns pontos importantes que podem estar mudando os perfis da sociedade norte-americana, principalmente dos adolescentes. O que aconteceu nesta semana em Uvalde e em outras ocasiões semelhantes na história norte-americana vai além do raso debate ‘mais armas ou menos armas’. A própria expressão ‘tiroteio em massa’ (mass shooting), usada em eventos como esse, já carrega em si uma ansiedade difícil de ser controlada. Nos Estados Unidos, existem várias definições diferentes, mas comuns, de ‘tiroteios em massa’.
O Serviço de Pesquisa do Congresso define tiroteios em massa como incidentes múltiplos, com arma de fogo e homicídio envolvendo quatro ou mais vítimas em um ou mais locais próximos uns dos outros. A definição do Federal Bureau of Investigation (FBI) é essencialmente a mesma. Muitas vezes há uma distinção entre tiroteios em massa privados e públicos, como uma escola, um local de culto ou um estabelecimento comercial. Os tiroteios em massa realizados por terroristas estrangeiros não estão incluídos, não importa quantas pessoas morram ou onde o tiroteio ocorra. Essas formulações são certamente viáveis, mas o limite de quatro ou mais mortes é arbitrário. Há também exclusões importantes. Por exemplo, se 20 pessoas são baleadas, mas apenas duas morrem, o incidente não é um tiroteio em massa. Mas nada disso importa quando essas tragédias acontecem. O fato é que, em menos de duas semanas, Salvador Ramos, 18 anos, matou 19 crianças e dois professores em uma escola primária no Texas, e Payton Gendron, também de 18 anos, assassinou dez pessoas em um supermercado em Buffalo, Nova Iorque.”
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Revista Oeste
A Edição 114 da Revista Oeste vai além do texto de Ana Paula Henkel sobre o massacre que ocorreu em uma escola de ensino fundamental no Texas. A publicação digital conta com reportagens especiais e artigos de Silvio Navarro, J.R. Guzzo, Guilherme Fiuza, Rodrigo Constantino, Salim Mattar, Cristyan Costa, Bruno Freitas, Dagomir Marquezi, Flávio Gordon, Bruno Meyer, Ubiratan Jorge Iorio, Gabrielle Bauer e Edimilson Migowski.
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