Em artigo publicado na Edição 132 da Revista Oeste, Brendan O’Neill argumenta que o lockdown chinês é uma ameaça à sociedade. “O sofrimento do povo chinês sob a ideologia da covid zero é absurdo”, disse o colunista. “O lockdown pode ser uma lembrança que, ainda bem, está desaparecendo para nós no Ocidente, mas continua sendo implacável para os chineses.”
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“Os números são assombrosos. Sessenta e oito cidades na China estavam em lockdown parcial ou total há alguns dias, incluindo a megalópole Chengdu, onde 21 milhões de homens e mulheres foram orientados a ficar em casa. Apenas uma pessoa de cada casa tem permissão para sair e fazer compras básicas. Nada de exercícios, passeios no parque ou ir ao trabalho. Sair rapidamente para comprar comida é a única liberdade civil de que os moradores de Chengdu usufruem.
O lockdown de Chengdu é realmente distópico. Não só milhares de seres humanos foram colocados em prisão domiciliar, outros foram forçados a fixar residência no local de trabalho. Chengdu é uma potência econômica, instalação de atores globais nos mercados automotivo e tecnológico, incluindo a Volkswagen e a Foxconn Technology Group. E, para garantir que o lockdown não prejudique demais a produção, algumas fábricas estão operando em ‘closed loop systems‘, ou sistemas circulares fechados, em que os ‘trabalhadores são isolados do restante da comunidade’. Esses funcionários ficam no local de trabalho, no campus, longe dos demais cidadãos e da família, e fazem testes de covid o tempo todo. Tudo isso para continuarem sendo uma engrenagem na locomotiva da vasta economia chinesa. Sob a política da covid zero, você é um vetor em potencial da doença que precisa ser fechado em casa ou uma máquina que deve ser apartada da sociedade para continuar produzindo em nome do lucro. A covid zero desumaniza a todos.”
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Revista Oeste
A Edição 132 da Revista Oeste vai além do texto de Brendan O’Neill. A publicação digital conta com reportagens especiais e artigos de Augusto Nunes, Ana Paula Henkel, Artur Piva, Ubiratan Jorge Iorio, Adolfo Sachsida, Maria Amalia Bernardi, Dagomir Marquezi e Paula Leal, Bruno Meyer, Loriane Comeli, Julia Ioffe, Theodore Dalrymple e Rainer Zitelmann.
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