Magnata do cinema americano foi condenado a 23 anos de prisão por estupro e abuso sexual após um julgamento conturbado
Harvey Weinstein, famoso produtor de cinema que lançou a carreira de Quentin Tarantino na grande tela e depois se tornou famoso predador sexual, foi finalmente condenado hoje a 23 anos de prisão por estupro e abuso.
Para quem pousou somente ontem no Planeta Terra, há cerca de 3 anos tanto o jornal The New York Times e como a revista The New Yorker publicaram reportagens gravíssimas sobre o fato de que Weinstein exagerou do seu poder como magnata de Hollywood para ter (no mínimo) serviços sexuais forçados, seja com suas secretárias, colegas de trabalho – ou até mesmo várias atrizes que trabalharam nos seus filmes (a lista vai de Annabella Sciorra a Mina Sorvino, passando por Salma Hayek, todas musas dos anos 1990).
A consequência de toda essa celeuma foi nada mais, nada menos que o movimento feminista MeToo, além de uma revisão completa das normas de conduta nas produções dos filmes da indústria cinematografia, de A a Z.
Esse drama chegou a uma espécie de conclusão com a sentença do juiz James Burke, proferida hoje à tarde, após quase um mês de julgamento. Ele deu o seguinte aviso ao réu, que então ensaiava alguma reclamação pública por causa do prazo severo: “Esta foi a sua primeira condenação, não a sua primeira acusação”.
Segundo a reportagem da revista cultural americana Vulture, a advogada dos direitos-civis que colaborou com a acusação de uma das vítimas do produtor, Gloria Allred, ficou muito emocionada com o resultado e disse à imprensa, com um grande sorriso nos lábios, exibindo um aviso escrito em um papel: “‘É assim que a justiça é: 20 + 3 anos”.
Por outro lado a advogada de Weinstein, Donna Rotunno, disse que considerava a sentença “obscena”.
Sem dúvida, minha senhora, ela é de fato obscena: um predador como seu cliente deveria ficar mais tempo na prisão, para o bem comum da sociedade.