Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado nesta terça-feira, 1º, revelou que a pandemia de covid-19 gerou dezenas de milhares de toneladas de lixo hospitalar.
Segundo a OMS, materiais como seringas, kits de testes usados e frascos de vacinas descartados estão ameaçando a saúde e o meio ambiente.
O material, parte do qual pode ser infeccioso, potencialmente expõe as comunidades próximas a aterros mal administrados.
Além disso, o relatório ressaltou que as pessoas que vivem nos arredores podem ser afetadas pelo ar contaminado com a queima de resíduos, pela má qualidade da água ou por pragas transmissoras de doenças.
A OMS pede reforma e investimento, inclusive por meio da redução do uso de embalagens, que têm causado uma corrida pelo plástico.
Estima-se que cerca de 87 mil toneladas de equipamentos de proteção individual foram encomendadas pela Organização das Nações Unidas até novembro de 2021 — a maioria deve ter acabado no lixo.
O relatório também menciona cerca de 140 milhões de kits de teste com potencial para gerar 2,6 mil toneladas de lixo, principalmente plástico e resíduos químicos.
Além disso, estima-se que cerca de 8 bilhões de doses de vacinas administradas globalmente produziram 144 mil toneladas adicionais de resíduos, na forma de frascos de vidro, seringas, agulhas e caixas de segurança.
O relatório da OMS não citou exemplos específicos de onde ocorreram os acúmulos mais notórios de lixo hospitalar, mas se referiu a desafios como o limitado tratamento e o descarte oficial de resíduos na Índia rural, bem como grandes volumes de lodo fecal de instalações de quarentena em Madagascar.