O oitavo bilionésimo habitante da Terra irá nascer ainda neste ano, mais especificamente no dia 15 de novembro de 2022, segundo estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU). Pelas previsões, o mundo terá 8,5 bilhões, em 2030; 9,7 bilhões, em 2050; e, em 2100, 10,9 bilhões. Os dados constam da 27ª edição do relatório Perspectivas da População Mundial, divulgado nesta segunda-feira, 11.
Desde meados do século 20, o mundo experimentou um crescimento populacional sem precedentes, conforme informações da ONU. A população mundial mais do que triplicou de tamanho entre 1950 e 2020. A taxa de crescimento da população mundial atingiu o ápice entre 1965 e 1970, aumentando em média 2,1% ao ano no período.
Embora a população global tenha crescido a um ritmo bem mais lento nas últimas décadas — de 2000 a 2020, a taxa média anual de crescimento foi 1,2% —, a expectativa de vida global disparou nas últimas décadas, o que constitui um dos principais motivos de os números gerais continuarem em ascensão. Em 2019, a expectativa de vida no mundo era de 72,8 anos — quase nove anos a mais em comparação com 1990 — e deve atingir 77,2 anos em 2050.
A taxa de fertilidade (o número médio de filhos que cada mulher tem) vem caindo no mundo. Em 2021, cada mulher dava à luz em média 2,3 bebês, em comparação aos cinco bebês, em 1950. A expectativa é que a taxa mundial de fertilidade caia ainda mais, atingindo 2,1 até 2050.
A pandemia de covid derrubou a expectativa de vida no mundo nos últimos anos — de 72,8 anos, em 2019, para 71 anos, em 2021. A queda não afetará a tendência de crescimento na população mundial, que se manterá até 2100, quando haverá uma reversão e o planeta entrará em fase de declínio populacional.
Sétimo lugar
O Brasil, que em 1990 era o quinto mais populoso do mundo, neste ano ficará em sétimo lugar, com 215,3 milhões de habitantes, e será ultrapassado pela Nigéria, que alcançará a marca de 218,5 milhões nos próximos meses. Há 50 anos, o país africano tinha uma população equivalente a 60% da brasileira
Outro dado que chama a atenção: em 2023, a Índia deve ultrapassar a China e ocupar como país mais populoso do planeta — ambos já possuem atualmente cerca de 1,4 bilhão de habitantes.
Segundo a ONU, o rápido crescimento da população será um obstáculo para o desenvolvimento sustentável, já que o crescimento mais acelerado da população acontecerá nos 46 países menos desenvolvidos do mundo.
Enfim, tudo indica que os desafios pela frente serão enormes: seremos um mundo notavelmente mais velho — o número de pessoas que atingem a idade de 100 anos nunca foi maior do que é hoje —, além de mais jovem e mais pobre, se as medidas certas para evitar o pior não forem tomadas a tempo.