Um estudo realizado pela Universidade de Calgary, no Canadá, estima que um em cada quatro jovens tem sintomas de depressão elevados e um em cada cinco apresenta característica do quadro de ansiedade devido à pandemia de covid-19. Os resultados equivalem ao dobro das proporções registradas antes do surgimento da doença. A pesquisa foi publicada na revista científica JAMA Pediatrics na segunda-feira 9. O trabalho é uma metanálise de 29 estudos em que participaram 80.879 voluntários de várias regiões do mundo.
Leia também: “Da perda do emprego à depressão: o outro lado da pandemia”
Os resultados mostram que as meninas e os jovens mais velhos apresentam níveis mais elevados de depressão e ansiedade. De acordo com Sheri Madigan, uma das autoras da análise, a incidência dos distúrbios aumenta quando mais restrições são impostas. “Estar socialmente isolado, afastado dos amigos, das rotinas escolares e das interações sociais revelou ser muito duro para as crianças”, disse.
Nicole Racine, que também assina o estudo, afirmou que, em razão dos confinamentos prolongados, o “apoio social” dado aos jovens pelos amigos “diminuiu em grande medida ou, em alguns casos, faltou por completo durante a pandemia”.