O comandante de uma aeronave argentina capturou um dos fenômenos atmosféricos mais raros, conhecido como “blue jet” ou jato azul. Trata-se de um raio luminoso, que se projeta das nuvens em direção ao espaço.
Os blue jets são feixes de luz que se manifestam brevemente e são mais facilmente observados de aviões em altitudes de cruzeiro ou por astronautas no espaço. O registro desse evento raro foi divulgado no Twitter/X, na quinta-feira 28, e rapidamente viralizou.
Impresionante video de un colega volando cerca de una tormenta, y donde fue testigo de un fenómeno poco habitual de ver. En la parte superior del cúmulonimbo, se observa lo que se denomina un "blue jet". pic.twitter.com/LW8TNTe9Ua
— PegasusA4 (@A4Kike) February 28, 2024
Caracterizado por sua raridade e duração de apenas milissegundos, os jatos azuis são descargas elétricas intensas que se estendem do topo das nuvens de tempestade até cerca de 50 quilômetros na estratosfera. Diferentemente dos relâmpagos convencionais, eles ativam o nitrogênio na estratosfera, o que gera um espectro azulado através dessa interação.
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De acordo com informações do site MetSul Meteorologia, os especialistas sugerem que a tonalidade azul advém da combinação de linhas de emissão azul e quase ultravioleta do nitrogênio molecular, tanto neutro quanto ionizado. Os blue jets são menos comuns do que os sprites, que apresentam uma coloração avermelhada.
A primeira documentação desse fenômeno data de 21 de outubro de 1989, capturada a partir do ônibus espacial enquanto orbitava sobre a Austrália.
A história do jato azul
Na década de 1920, o físico escocês C.T.R. Wilson antecipou que uma disfunção elétrica poderia manifestar-se na atmosfera acima de grandes tempestades. Em anos subsequentes, pilotos de aeronaves relataram encontros com descargas elétricas em altas altitudes. À época, foram recebidos com ceticismo por parte da comunidade meteorológica. A primeira prova visual concreta desses fenômenos foi registrada somente em 1989.
Anos mais tarde, as manifestações luminosas desses eventos receberam o nome de “sprites” por cientistas, com o intuito de evitar a atribuição prematura de propriedades físicas ainda não compreendidas na época.
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Depois da divulgação de um vídeo, durante uma campanha de pesquisa aérea focalizada no estudo dos sprites, em 1994, os termos “sprites vermelhos” e “jatos azuis” começaram a ser amplamente utilizados. Isso consolidou a popularidade desses fenômenos no campo da pesquisa atmosférica.
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