Medida conta com o apoio do governo; País já possui a legislação para o tema mais restritiva da Europa
A Polônia quer restringir ainda mais a possibilidade da realização de um aborto legal no país. A lei que regula a prática, datada de 1993, é uma das mais restritivas da União Europeia. No país do leste do continente só são permitidos abortos até a décima segunda semana da gravidez em casos de estupro, incesto, se o feto apresentar sérios defeitos ou se a mãe corre risco de vida.
Uma proposta para restringir ainda mais a prática está sendo apoiada pelo governista Partido da Lei e Justiça (PiS), o maior do Parlamento Polonês, informa a Deutsche Welle. A iniciativa “Pare o Aborto”, uma das maiores do país, com quase 830 mil membros, está fazendo campanha favorável a essa proposta, que só permitiria o aborto em caso de risco à vida da mãe.
“Abortos eugenistas não devem ser permitidos”, afirmou Jacek Sasin, uma importante liderança do PiS em um debate no parlamento. O líder do partido, Jaroslaw Kaczynski, sinalizou que o debate deve continuar e que as leis devem ser mais rigorosas. Ele ainda defendeu que os bebês natimortos possam ser “batizados, enterrados e nomeados”, conforme a fé católica manda.
Enquanto o debate avança entre os deputados, grupos pró-aborto protestam com buzinaço em frente ao prédio do Parlamento, em Varsóvia. Eles não podem sair dos carros, em razão das medidas de isolamento impostas em razão da pandemia do coronavírus.