Há apenas 21 dias das eleições, os argentinos puderam assistir neste domingo ao primeiro debate presidencial entre os candidatos ao posto público mais importante do país.
Participaram do evento Javier Milei, do La Liberdad Avanza, e Sergio Massa, do Unión por la Patria, que despontam respectivamente como primeiro e segundo colocados nas pesquisas eleitorais.
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Além deles, estiveram presentes Myriam Bregman, da Frente de Izquierda y de los Trabajadores – Unidad, Patricia Bullrich, do Juntos por el Cambio, e Juan Schiaretti, do Hacemos por Nuestro Pais.
O encontro entre os candidatos, que durou cerca de uma hora e meia, contou com três momentos distintos: apresentação, debate de temas e perguntas cruzadas.
Os temas escolhidos foram economia, educação e direitos humanos e convivência democrática.
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Javier Milei
Javier Milei, vencedor das eleições primárias que aconteceram em agosto, voltou a se posicionar como um economista libertário e se apresentou como um especialista em crescimento econômico.
O candidato da direita foi contundente ao afirmar que sabe como fazer uma economia crescer e como terminar com a pobreza.
Ele denunciou o “modelo de casta”. De acordo com o economista, o modelo parte de uma premissa nefasta: dizer que onde há uma necessidade, nasce um direito.
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Para Milei, o problema é que as necessidades são infinitas e alguém precisa pagar pelos direitos. Mas como os recursos são finitos, o governo recorre ou ao déficit fiscal, historicamente o maior responsável pelas crises no país, ou a emissão de moeda.
A prática, segundo ele, é uma fraude, um roubo, usada pelo governo atual para roubar US$ 25 milhões por ano.
“Por isso defendem tanto o Banco Central, porque é um mecanismo pelo qual roubam os argentinos honestos.”
Defendeu ainda a extinção do Banco Central, o respeito ao funcionamento do sistema de preços, a redução de impostos e dos gastos públicos, a simplificação do sistema tributário, a desregulamentação da economia e, para acabar com a inflação, a dolarização.
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Do ponto de vista educacional, propôs que o ministério tenha quatro áreas: infância e família; saúde; educação; trabalho, e uma modificação na forma assistencial.
“Porque vamos adotar uma solução na qual os indivíduos sejam plenamente livres e não escravos do Estado e dos políticos”.
Quando chegou o momento de falar acerca dos direitos humanos, Milei ressaltou que os liberais não têm nenhuma relação com o nazismo nem com o fascismo, porque “o liberalismo é o respeito irrestrito ao projeto de vida do próximo, baseado no princípio de não agressão e em defesa do direito à vida, à liberdade e à propriedade.”
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E disse que como valoriza a memória, a verdade e a justiça, é preciso começar falando a verdade, que na ditadura argentina não foram 30 mil desaparecidos, mas 8.753.
Milei concordou que o peso da lei deve recair nos estadistas que usaram da violência, mas lembrou que os terroristas também mataram, torturaram pessoas e cometeram crimes contra a humanidade.
Sergio Massa
Ministro da Economia, candidato do kirchneirismo e segundo colocado na disputa eleitoral, Sergio Massa começou reconhecendo que os erros da atual gestão prejudicam as pessoas.
No entanto, buscou se distanciar da responsabilidade pela crise ao afirmar que não fazia parte do governo até assumir como ministro.
Atribuiu as dificuldades econômicas ao acordo com o FMI, à saída de dólares do país, a problemas no sistema tributário e ao fato de que parte da economia opera no mercado negro.
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Massa propôs a criação de uma moeda digital, cujo uso será estimulado através de dedução de impostos para quem utilizar o mecanismo.
Além da nova moeda, a proposta contempla uma lei contra a lavagem de dinheiro. O ministro também declarou que aumentará as penas para os crimes tributário e cambiais e punirá com prisão os evasores fiscais.
Para acumular reservas e fortalecer a bandeira argentina, defendeu um processo de desenvolvimento de gasodutos, venda de energia ao mundo e exportação de valor agregado.
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Quanto à questão dos direitos humanos e da convivência democrática, argumentou que a Argentina ganhou reconhecimento em órgãos internacionais por condenar os opressores da ditadura.
Agora, portanto, é preciso se focar em construir uma agenda de políticas estatais com base nos novos direitos humanos, como direito a um ambiente saudável, à educação e à terra.
Demais candidatos
Enquanto Patricia Bullrich e Juan Schiaretti sustentaram reiteradamente que a solução para reduzir a inflação é principalmente o equilíbrio fiscal, Myriam Bregman, candidata socialista, defendeu calote ao FMI e a agenda que a instituição impõe ao país.
Próxima debate está agendado para o próximo sábado, 7.
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É agora ou nunca para os argentinos.
Ou se livram do Peronismo, ou sucumbem.
A Argentina vai ter a oportunidade histórica de colocar a esquerda na lata do lixo, de onde nunca deveriam ter saído.