O primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mohammed Shtayyeh, e os integrantes de seu gabinete anunciaram suas renúncias durante uma reunião em Ramallah, na Cisjordânia, nesta segunda-feira, 26. Shtayyeh já tinha feito o comunicado ao presidente da ANP, Mahmoud Abbas, na terça-feira 20.
“Coloquei o cargo à disposição do presidente Mahmoud Abbas na última terça-feira, 20 de fevereiro, e hoje apresento a renúncia por escrito”, disse o primeiro-ministro palestino, no início da reunião.
Shtayyeh tomou a decisão de sair da Autoridade Palestina “à luz dos desenvolvimentos políticos, de segurança e econômicos” relacionados com o conflito na Faixa de Gaza, informaram agências internacionais. A guerra na região começou em 7 de outubro, depois do ataque terrorista feito pelo Hamas em Israel, no qual morreram 1,2 mil pessoas.
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A renúncia ainda deve ser aceita por Abbas, que poderá pedir a Shtayyeh que permaneça como interino até que um substituto seja nomeado.
A renúncia do primeiro-ministro e de seu gabinete ocorre durante as discussões sobre o plano pós-guerra para a Faixa de Gaza. A incerteza persiste quanto à entidade que vai assumir o controle civil do enclave palestino. Israel se opõe ao retorno do grupo terrorista Hamas ao poder.
A comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos, defende a ideia de que a ANP — que é coordenada pelo grupo político Fatah e atualmente governa pequenas áreas da Cisjordânia — seja reformada e assuma funções executivas na Faixa de Gaza quando a guerra terminar, embora Israel tenha se mostrado relutante. O Hamas expulsou a ANP e assumiu o controle da região de Gaza em 2007.
O que é a Autoridade Palestina?
A Autoridade Palestina foi criada na década de 1990 como um governo temporário depois da assinatura dos Acordos de Oslo entre a Organização de Libertação da Palestina e Israel. Sua sede é em Ramallah, na Cisjordânia ocupada. A ANP exerce um autogoverno nominal em algumas áreas do território.
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O cargo de primeiro-ministro na AP foi estabelecido em 2003, em resposta às demandas por reformas depois da segunda revolta palestina contra Israel. Os Estados Unidos, a União Europeia e Israel pediram a implementação de mudanças, o que marcou o primeiro passo significativo em direção ao compartilhamento de poder desde a fundação da ANP.
Naquela época, Yasser Arafat nomeou Mahmoud Abbas como primeiro-ministro. Depois da morte de Arafat, em 2004, Abbas assumiu a presidência da Autoridade Palestina.