O presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez uma ameaça direta contra a Ucrânia. Ele afirmou que poderia atacar “centros de decisão em Kiev” com um novo míssil, utilizado no combate da semana passada. Essa foi uma das declarações mais próximas de uma ameaça de morte a Volodymyr Zelensky, o presidente ucraniano, desde o início da guerra, em 2022.
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As falas de Putin aconteceram durante a cúpula da Organização do Tratado de Segurança Coletiva, em Astana, Cazaquistão, nesta quinta-feira, 28. A Rússia também atacou a Ucrânia novamente.
Cerca de 1 milhão de ucranianos ficaram sem luz
Pelo menos 1 milhão de ucranianos ficaram sem eletricidade. O presidente russo explicou que tanto a ameaça quanto o ataque aéreo aconteceram como resposta às ações dos “inimigos”. Ele se referia ao apoio dos Estados Unidos e seus aliados à Ucrânia, que possibilitou o uso de armas de maior alcance contra o território russo.
Zelensky não hesitou. Ele iniciou uma série de ataques logo depois de receber a autorização, dada na semana anterior. Em resposta, Putin usou a televisão para detalhar o lançamento de um míssil balístico de alcance intermediário. Esse míssil foi projetado para ser usado em conflitos nucleares e é capaz de transportar múltiplas ogivas.
O míssil, denominado Orechnik (que significa “aveleira”, em tradução do russo), é descrito como uma arma sem igual no mundo. Sua capacidade devastadora é comparável a um ataque nuclear, caso seja utilizado em grande quantidade.
O Orechnik pode carregar várias ogivas. Elas atingem os alvos com velocidade hipersônica e causam destruição sem precisar de explosivos. Durante o ataque a Dnipro, na semana passada, o míssil foi lançado com seis ogivas. Cada uma delas estava equipada com ao menos seis veículos cinéticos, que destruíram os alvos de forma extremamente precisa.
O ataque foi um dos maiores já realizados por Putin na guerra
Esse ataque foi um dos maiores já realizados pela Rússia durante a guerra. Mísseis atingiram principalmente a infraestrutura energética ucraniana.
A Rússia lançou uma grande quantidade de mísseis de cruzeiro Kalibr, que haviam sido economizados nos meses anteriores. O objetivo desses ataques parecia ser desestabilizar a Ucrânia ainda mais. O inverno se aproxima, e o risco de cortes de energia para a população cresce.
Os ucranianos relataram que lançaram 97 drones contra o país, e apenas 35 foram interceptados com sucesso. Além disso, dispararam 85 mísseis Kalibr, dos quais 76 foram abatidos. Também lançaram três mísseis Kh-59, mas os sistemas de defesa ucranianos derrubaram todos. Por outro lado, os sistemas de defesa não interceptaram os mísseis terra–terra disparados do sistema S-300.
Embora não seja possível verificar esses números com certeza, é notável o uso intensivo dos mísseis Kalibr, um modelo de alta precisão, lançados de navios no Mar Negro.
O ataque também incluiu mísseis com munição de fragmentação, conhecida por causar danos significativos
Esses mísseis são bastante caros, com um valor que pode variar entre US$ 1 milhão e US$ 6,5 milhões, a depender do modelo. Por outro lado, drones como o Shahed-136 têm um custo muito mais baixo, cerca de US$ 20 mil.
O ataque também incluiu mísseis com munição de fragmentação, conhecida por causar danos significativos, embora não tenha explosivos. Embora os mísseis abatidos não tenham causado vítimas imediatas, há relatos de danos em alguns edifícios.
Em resposta ao aumento de ataques, o ministro de Energia da Ucrânia, German Galuschenko, anunciou apagões controlados em várias regiões. Isso visa a reduzir a pressão sobre a rede elétrica e permitir reparos.
As três usinas nucleares ainda em operação na Ucrânia foram desconectadas da rede elétrica como medida de segurança. Essa ação seguiu o histórico de destruição ou tomada da capacidade de geração elétrica do país. A usina de Zaporíjia foi uma das mais afetadas.
Em um discurso, Zelensky classificou a ação como uma “escalada desprezível no terror russo”.
Está na hora, de colocar um fim nestes psicopatas no poder !
Tinha que soltar um míssel no Kremlin.