O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que o posicionamento de armas nucleares táticas em Belarus representa um lembrete de que o Ocidente não conseguirá impor uma derrota estratégica aos russos. Ele fez a declaração durante um fórum econômico em São Petersburgo, na sexta-feira 16.
Putin confirmou a existência das armas nucleares russas em Belarus — a primeira vez que isso ocorre. Ele admitiu que as ogivas nucleares táticas foram entregues ao país aliado, mas destacou que não via a necessidade de recorrer a esse tipo de armamento.
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“Fizemos negociações com nosso aliado, o presidente bielorrusso Alexander Lukashenko, para transferir uma parte dessas armas nucleares táticas para o território de Belarus”, disse Putin. “As primeiras ogivas nucleares foram entregues ao território de Belarus, mas apenas as primeiras, a primeira parte. Porém, vamos concluir esse trabalho até o fim do verão ou até o fim do ano.”
O objetivo de posicionar essas ogivas fora da Rússia é alertar o Ocidente sobre seu apoio à Ucrânia, de acordo com o presidente russo. Putin enfatizou que isso é uma forma de dissuadir aqueles que consideram a hipótese de derrotar a Rússia.
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A decisão de Putin foi criticada pelos Estados Unidos. No entanto, os norte-americanos afirmaram não ter intenção de alterar sua própria posição sobre as armas nucleares estratégicas e não observam sinais de que a Rússia esteja se preparando para utilizá-las.
Monitoramento externo
A medida da Rússia está sendo cuidadosamente observada por Washington, por seus aliados e pela China, que rechaça o uso de armas nucleares no conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
Segundo Putin, o Ocidente está fazendo tudo o que pode para infligir uma derrota estratégica à Rússia. Moscou está envolvida em sua maior guerra por território na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.