Eduardo Costantini, bilionário argentino, é um caçador de joias. O colecionador, no entanto, não se interessa por qualquer obra de arte. Isso porque o cidadão portenho é dono de uma obra icônica: Abaporu, de Tarsila do Amaral. A obra da artista brasileira é estimada em aproximadamente R$ 250 milhões — valor que é cerca de 40 vezes maior do que Costantini pagou pelo quadro modernista em 1995.
À imprensa, o colecionador disse: “Não tem preço, não se pode vender essa obra. É um ícone da cultura brasileira, fundou todo o movimento antropofágico; as crianças aprendem sobre isso na escola”.
O economista e empresário portenho de 76 anos conta que, depois de arrematar “Abaporu” foi convidado pelos brasileiros que também participavam do leilão — mas não superaram a oferta do hermano — a festejar a compra com champanhe. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o empresário argentino não vê sentido na nacionalização de determinados artistas; ele critica a proibição dos governos à exportação das obras de arte.
Responsabilidade social da iniciativa privada
Costantini afirma que doou a obra de Tarsila ao Malba, Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires — instituição sem fins lucrativos —, e que “Abaporu” permanece exposta ao público. O argentino disse também que o quadro sempre foi emprestado ao Brasil — com prioridade —, como em 2019 a um evento no Masp, em São Paulo. Em mais de cinco décadas como colecionador, Eduardo Costantini nunca deixou de comprar arte brasileira, e está sempre assessorado por um equipe de consultores de arte.
Sobre os projetos envolvendo arte, ele disse: “O projeto era construir um acervo muito bom de arte latino-americana, do modernismo à atualidade. Nesse caminho, a estratégia sempre foi buscar capitais de diversos países, e dentro disso, obviamente, um dos países fortes é o Brasil”. Enquanto investidor, Costantini admira o modelo norte-americano, baseado na responsabilidade social que parte da iniciativa privada.