O Reino Unido e a Suécia estão dispostos a enviar tropas para uma força de paz na Ucrânia, caso um cessar-fogo com a Rússia seja alcançado.
A proposta será debatida em uma reunião de emergência em Paris, convocada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, com o objetivo de obter uma resposta unificada dos líderes europeus à pressão dos Estados Unidos.
A proposta enfrenta resistência de alguns países. A Espanha descartou a ideia antes da reunião, afirmando que “é muito cedo para discutir isso”. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, foi o primeiro a apoiar o envio de tropas.
Em artigo no Daily Telegraph, Starmer afirmou: “Eu não digo isso ligeiramente. Eu sinto profundamente a responsabilidade de potencialmente colocar homens e mulheres fardadas britânicas em perigo”.
Suécia e Estados Unidos estabelecem condições para apoio à Ucrânia
![O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky | Foto: Reprodução/Redes sociais](https://medias.revistaoeste.com/wp-content/uploads/2024/07/volodymyr-zelensky-capa.jpeg)
O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, expressou apoio, mas condicionou a participação sueca a avanços nas negociações. Enquanto isso, o presidente dos EUA, Donald Trump, pressionou líderes europeus, sugerindo concessões territoriais de Kiev e a exclusão da Ucrânia da Otan como formas de garantir a segurança futura do país.
Trump fez uma ligação para Vladimir Putin, propondo essas concessões, o que provocou reações negativas de Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, e líderes europeus. Eles viram a proposta como uma tentativa de impor paz nos termos de Moscou.
Trump enviou seu vice, J.D. Vance, para discursar na Conferência de Segurança de Munique, onde criticou líderes europeus, alegando que suprimem a liberdade de expressão e a democracia, aumentando a tensão entre os EUA e a Europa.
Complexidade das negociações
O Kremlin não descartou totalmente uma força de paz, mas ressaltou a complexidade do tema. O chanceler russo, Sergei Lavrov, disse que a ausência dos europeus nas negociações faz sentido, acusando-os de querer prolongar a guerra.
Keith Kellogg, enviado de Trump, afirmou que os europeus não participariam das negociações. Os EUA enviaram um questionário aos governos europeus para entender suas propostas de segurança para a Ucrânia.
Atualmente, a Rússia controla cerca de 20% do território ucraniano, incluindo a Crimeia, anexada há quase 11 anos. A Ucrânia, por sua vez, ocupa uma pequena área na região russa de Kursk.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, viajou à Arábia Saudita para se reunir com líderes russos, incluindo Lavrov e o assessor presidencial Iuri Uchakov.
O encontro é visto como um primeiro passo para normalizar as relações entre EUA e Rússia, que planejam organizar uma cúpula em território neutro. Já Zelensky afirmou que não pretende se reunir com representantes russos ou americanos durante sua visita a Riad.
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