Essas restrições são medidas necessárias para conter o surto da covid-19, pois uma liberação muito precoce pode ter efeitos devastadores
As restrições de viagens podem ser medidas muito impopulares, mas mostram-se inegavelmente eficientes para combater a disseminação de epidemias. Em artigo publicado por Danny Buerkli e Yaneer Bar-Yam, do New England Complex Systems Institute, os autores defendem a ideia de que essas restrições não devem ser levantadas tão cedo.
Segundo Buerkli e Bar-Yam, essa medida é a única que pode evitar que a covid-19 se espalhe com velocidade, dando uma chance para que a doença seja controlada. Eles dão o exemplo de Whuan, uma província da China que foi isolada para conter o coronavírus e onde a epidemia começou.
Isso se deve ao fator de propagação do vírus. Usando os números de infectados na China, Coreia do Sul e Irã, os pesquisadores observaram que o número de casos é multiplicado por 1,5 a cada dia. Se aplicadas as restrições, por 1,1.
Com outras medidas, como quarentena, o fator de propagação pode cair para menos de 1, o que é possível somente com grandes esforços e restrições, algo necessário.
Claro que as restrições de voos sozinhas não funcionam, e elas sempre devem ser acompanhadas de outras medidas. Mas têm sua importância e devem continuar em vigor enquanto existir risco. Se ocorrer uma liberação muito cedo, há o risco de que se percam todos os avanços conquistados para a prevenção da doença.