A disputa entre os dois países derrubou os preços do petróleo
Nesta segunda-feira, 9, a Rússia se pronunciou, dizendo ser capaz de suportar os preços baixos por até uma década, preparando o terreno para uma batalha prolongada com os árabes.
Segundo o ministério das Finanças russo, o governo vai usar seu fundo soberano de US$ 150 bilhões para alimentar os gastos orçamentários, enquanto os preços do petróleo se mantiverem entre US$ 25 e US$ 20 o barril.
Dessa forma, será possível cobrir as receitas perdidas pelos próximos 6 a 10 anos.
No domingo, 8, os preços do petróleo caíram após a Arábia Saudita anunciar um aumento da produção em resposta à posição russa de não cooperar com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opec), que pretendia cortar a produção para responder à queda da demanda global por óleo por causa da crise do novo coronavírus.
Foi a maior queda desde a Guerra do Golfo, em 1991.
Nesta segunda-feira, o rublo (moeda oficial russa) chegou a sua pior cotação frente ao dólar desde janeiro de 2016, mas Moscou acredita que está melhor perante os árabes para suportar o impacto nos preços do petróleo.
O ministro da Energia russo, Alexander Novak, tentou tranquilizar autoridades econômicas, em encontro emergencial, dizendo que o setor petrolífero do país tem recursos e reservas financeiras “para se manter competitivo em qualquer nível de preço e segurar sua participação no mercado”.
Novak acrescentou que Moscou “presta atenção especial ao mercado interno, com o suprimento estável de derivados do petróleo e a proteção do potencial de investimento”, de acordo com O Globo.
Na versão do ministro russo, a Rússia propôs estender o acordo com a Opec por “ao menos” mais um trimestre, mas os membros da organização “decidiram aumentar a produção e lutar por participação no mercado”.