Nesta quarta-feira, 25, a Rússia intensificou seus ataques à infraestrutura energética da Ucrânia, lançando mais de 70 mísseis e cem drones explosivos.
Este ataque resultou em pelo menos uma morte na região de Dnipro e ferimentos em seis pessoas em Kharkiv, de acordo com a Polícia Nacional da Ucrânia. Edifícios residenciais e infraestrutura civil foram severamente danificados.
No domingo anterior ao ataque, o presidente russo, Vladimir Putin, prometeu ainda mais “destruição” à Ucrânia, depois de um ataque de drones a prédios residenciais na cidade russa de Kazan, localizada a mil quilômetros da fronteira com a Ucrânia.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, descreveu a ação como “desumana”, destacando que Putin escolheu deliberadamente o dia de Natal para atacar.
“O que poderia ser mais desumano? Mais de setenta mísseis, incluindo mísseis balísticos, e mais de cem drones de ataque. O alvo é nosso sistema de energia”, afirmou Zelensky.
As sirenes de ataque aéreo soaram em todo o território ucraniano às 5h30, horário local, e a Força Aérea relatou que mísseis de cruzeiro Kalibr foram lançados do Mar Negro.
Zelensky informou que, apesar dos esforços para interceptar os ataques, “mais de 50 mísseis” e vários drones foram abatidos, mas outros conseguiram atingir seus alvos, causando apagões em várias regiões do país.
A empresa de energia ucraniana DTEK relatou danos significativos aos equipamentos de suas usinas térmicas, impactando a distribuição de energia. Maxim Timchenko, diretor-geral da DTEK, afirmou que “privar milhões de pessoas pacíficas que comemoram o Natal de luz e calor é um ato depravado e maligno que deve ser combatido”.
Rússia atacou rede elétrica da Ucrânia em outras 12 ocasiões
Ele apelou aos aliados de Kiev por mais recursos de defesa aérea para proteger a população contra futuros ataques.
O chefe diplomático ucraniano, Andrii Sibiga, mencionou que um míssil russo sobrevoou o espaço aéreo da Moldávia e da Romênia, destacando que a ameaça russa não se restringe apenas à Ucrânia.
No entanto, as autoridades romenas afirmaram que não detectaram qualquer violação de seu espaço aéreo.
Este ataque é o 13º bombardeio em larga escala contra o sistema de energia da Ucrânia este ano e faz parte da campanha de inverno da Rússia contra a rede elétrica do país.
No final de novembro, mais de um milhão de pessoas ficaram sem energia devido a um ataque russo em grande escala contra instalações críticas de transmissão de eletricidade ligadas a usinas nucleares.
Svitlana Onishchuk, governadora da região de Ivano-Frankivsk, afirmou que “a manhã de Natal prova mais uma vez que nada é sagrado para o país agressor”, ressaltando que sua região foi parcialmente afetada por quedas de energia.
Na região central de Poltava, autoridades também relataram danos à infraestrutura, e a empresa nacional de eletricidade, Ukrenergo, anunciou restrições no fornecimento.
O ministro da Energia da Ucrânia, German Galushchenko, escreveu no Telegram que “o inimigo está mais uma vez realizando um ataque maciço ao setor de energia”, acrescentando que as autoridades estão tomando “as medidas necessárias para limitar o consumo a fim de minimizar as consequências negativas para o sistema”.
Natal no calendário ucraniano
Esses ataques ocorreram no dia em que a Ucrânia comemorou o Natal em 25 de dezembro pela segunda vez em sua história moderna, alinhando-se ao calendário ocidental.
A mudança na data do Natal foi oficializada em 2023 por uma lei promulgada pelo presidente Zelensky, após a recém-criada Igreja Ortodoxa da Ucrânia romper com a Igreja Ortodoxa da Rússia devido à anexação da Crimeia por Moscou em 2014 e seu apoio aos separatistas no leste do país.
A Ucrânia enfrenta seu inverno mais rigoroso em quase três anos de guerra com a Rússia, que intensificou seus bombardeios à medida que suas tropas terrestres avançam no leste.
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Putin é um assassino. Tão careca quanto o cabeça de ovo.