O Ministério das Relações Exteriores da Rússia informou neste sábado, 29, que suspendeu sua participação no acordo de grãos, mediado pelas Nações Unidas, com a Ucrânia. Conforme o órgão, a suspensão é por um tempo “indefinido” e a decisão está vinculada a um ataque de drones que aconteceu na península da Crimeia.
“Com as ações, que não podem ser qualificadas senão como um ataque terrorista, das forças armadas ucranianas, lideradas por especialistas britânicos, dirigidas, entre outras coisas, contra navios russos que garantem o funcionamento do corredor humanitário especificado, não podemos garantir a segurança dos navios humanitários de carga seca que participam da ‘Iniciativa do mar Negro’ e suspendemos sua implementação a partir de hoje por um período indefinido”, comunicou o governo.
O tratado de grãos é essencial para a segurança alimentar mundial. Hoje, as autoridades da península anunciaram que navios da frota russa do mar Negro combateram um ataque com drones na baía de Sebastopol.
De acordo com a Rússia, o alvo do ataque era os navios encarregados de garantir a segurança do “corredor de grãos”, instaurado depois do acordo entre o governo ucraniano e russo, em julho deste ano.
A Ucrânia e a Grã-Bretanha negaram as acusações do governo russo, afirmando que eles estavam divulgando informações “falsas de escala épica”. O acordo de grãos deveria expirar em novembro deste ano.
O tratado, mediado também pela Turquia, permitiu a exportação de milhões de toneladas de grãos bloqueados nos portos ucranianos desde o início da invasão russa à Ucrânia, em fevereiro deste ano. A ONU considerou importante que todas as partes se “abstenham de qualquer ação que possa colocar em risco um acordo com um impacto positivo na distribuição de alimentos no mundo”.
Já a Turquia, comunicou que até agora não foi “notificada oficialmente” da suspensão. “Segundo as autoridades russas, o ataque na Crimeia, uma base logística de retaguarda da ofensiva na Ucrânia, envolveu nove veículos aéreos não tripulados e sete drones marítimos autônomos”, informou o governo turco.
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