O furacão Helene deixou pelo menos quatro mortos e mais de 2 milhões de pessoas sem energia elétrica nos Estados Unidos. O furacão, que chegou à categoria 4, passou pela Flórida, na noite desta quinta-feira, 26. O fenômeno seguiu como tempestade tropical para o interior da Geórgia nesta sexta-feira, 27, conforme o Centro Nacional de Furacões.
De acordo com o jornal O Globo, os governadores dos Estados da Flórida, Geórgia, Alabama, Carolinas e Virgínia declararam estado de emergência. Brian Kemp, governador da Geórgia, informou que duas pessoas morreram no centro do Estado.
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O chefe do Executivo da Geórgia pediu aos moradores que se preparem para novos impactos do Helene. As vítimas, um homem e uma mulher ainda não identificados, morreram quando o trailer onde moravam foi arrastado pelo tornado.
Ron DeSantis, governador da Flórida, disse que uma pessoa morreu enquanto dirigia em Tampa. Além disso, uma menina de 4 anos faleceu em um acidente de carro na Carolina do Norte.
O Serviço Nacional de Meteorologia alertou para o risco de “emergência de enchente repentina” na Região Metropolitana de Atlanta, na Geórgia, que vivencia os três dias mais chuvosos em 104 anos. As autoridades relatam resgates por causa das enchentes em toda a região.
Pior furacão em 35 anos
Marshall Shepherd, professor de meteorologia da Universidade da Geórgia, afirmou que o Helene pode ser o pior furacão a atingir uma grande cidade do interior do sul em 35 anos.
O Centro Nacional de Furacões, em Miami, informou que o furacão Helene atingiu a costa às 23h10, horário local, na região de Big Bend, noroeste da Flórida. Os ventos chegaram a 225 km/h perto da cidade de Perry. O local fica a 32 km de onde o Furacão Idalia, categoria 3, atingiu a costa no ano passado.
A extensão dos danos ainda não é totalmente conhecida, em parte por causa da falha de vários medidores, conforme Parks Camp, meteorologista do Serviço Nacional de Meteorologia da Flórida. Especialistas afirmam que o Helene quebrou recordes de maré de tempestade na Flórida, muitos dos quais tinham sido estabelecidos pelo furacão Idalia, em 2023.
A maré de tempestade é a principal causa de mortes por furacões, segundo o Centro Nacional de Furacões. Apenas 15 cm de água de enchente em movimento rápido podem derrubar um adulto, e 60 cm são suficientes para arrastar a maioria dos veículos.
Os aeroportos de Tampa e Tallahassee foram fechados, e o governador DeSantis afirmou que “provavelmente haverá mais perdas de vidas e de propriedades” nesta sexta-feira. Ele mobilizou a Guarda Nacional e milhares de profissionais para operações de busca, resgate e restabelecimento de energia.
Fenômeno se espalha pelos EUA
Depois de informar o presidente dos EUA, Joe Biden, sobre a situação, Deanne Criswell, administradora da Agência Federal para a Gestão de Emergências, afirmou que o fenômeno “afetará vários Estados”.
Na Flórida, o escritório do xerife do Condado de Taylor recomendou aos moradores que escrevessem seus nomes, data de nascimento e informações importantes no braço ou na perna com caneta permanente, para facilitar a identificação.
Mesmo com o enfraquecimento do Helene, ventos fortes e chuvas intensas devem se estender até as montanhas do sul dos Apalaches, onde há risco de deslizamentos de terra.
O furacão Helene também inundou partes da Península de Yucatán, no México. O fenômeno encheu ruas e derrubou árvores enquanto passava pela costa e atingia a cidade turística de Cancún. Em Cuba, o furacão deixou mais de 200 mil residências e empresas sem energia.
Helene é a oitava tempestade da temporada de furacões no Atlântico, que começou em 1º de junho. A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica previu uma temporada acima da média por causa das temperaturas recordes dos oceanos.