Os passageiros do submarino Titan, que afundou enquanto ia para uma expedição no Titanic, teriam notado uma falha no submersível minutos antes de partir. Um especialista espanhol usou informações públicas sobre a implosão do veículo. A hipótese foi publicada na revista espanhola Nius, em 2 de julho.
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De acordo com o especialista José Luis Martín, engenheiro que trabalhou em um submarino turístico, os dados divulgados revelam que um defeito elétrico afetou os mecanismo que davam estabilidade ao Titan. E isso seria fundamental para esse tipo de veículo, quando o submersível estava a quase 2 mil metros de profundidade.
Como a falha afetou a implosão do submarino
Sem a propulsão que o mantinha na posição correta, o submarino pendeu na direção em que a tripulação estava e caiu verticalmente, “como uma pedra”, no oceano por volta de até 70 segundos. Assim, Martín explica que o piloto não teria conseguido acionar a alavanca de segurança, que não era adequada.
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O submarino teve um “aumento súbito de pressão” depois de 900 metros de queda. “O casco sofreu uma contração instantânea que não foi acompanhada pelo material da janela, que era de outra natureza, e, ao não haver semelhança de deformação, produziu-se uma microfissura que permitiu a entrada de água a tal pressão que gerou uma implosão instantânea”, disse Martín à revista.
A OceanGate, empresa que criou o submarino e operava a expedição para ver os destroços do navio Titanic, que afundou em 1912, foi alertada sobre a insegurança de seu maquinário, mas discordou das críticas. Por se vender como parte de uma inovação, justificou a companhia, o empreendimento não atenderia aos padrões atuais de certificação.
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