País nórdico não adotou nenhuma medida de confinamento obrigatório nem fechou escolas. População apoia política do governo para combater o coronavírus
A Suécia, com 10 milhões de habitantes, já contabiliza 7.206 casos confirmados do coronavírus, com 477 mortes. O país, ao contrário do que está sendo padrão no resto do mundo, não adotou nenhuma medida de confinamento obrigatório. As aulas continuam ocorrendo e os restaurantes mantém-se abertos.
A estratégia adotada pelo país nórdico foi sugerida pelo epidemiologista-chefe da Suécia, Anders Tegnell. Ela prevê uma diminuição na velocidade de propagação da pandemia ao permitir que pessoas se contaminem para adquirir resistência. O sistema de saúde está sendo reforçado e o governo pede que, quando possível, se fique em casa.
Com o agravamento da situação, essa estratégia foi abalada. Na última semana, o governo cancelou grandes eventos, suspendeu os campeonatos de futebol e hóquei e proibiu a visita a casas de repouso e viagens ao exterior não essenciais.
Em um comunicado, a ministra da Saúde e Assuntos Sociais, Lena Hallengren, declarou: “Notamos a rapidez com que a situação na Suécia e na Europa pode mudar e vemos a necessidade de mais possibilidades para reagir se a situação exigir”.
A coalizão do primeiro-ministro Stefan Löfven, do Partido Social-Democrata, quer que o governo tenha poderes mais amplos para enfrentar a crise decorrente da pandemia. Löfven reclama da falta de suporte legal para tomar medidas que possam ser necessárias, como o fechamento de aeroportos e ferrovias, que hoje devem ser aprovadas pelo Parlamento.
Embora o país não tenha ainda adotado nenhuma medida de confinamento obrigatório, dois terços dos suecos tomaram medidas desse tipo por conta própria.
Benny Lundstrom, que trabalha em uma empresa especializada em inteligência artificial em Estocolmo, a capital do país, apoia até agora as decisões do governo: “Acho que há uma boa relação entre o governo e as pessoas. Entendemos que se trata de algo grave, e a maior parte da população segue as recomendações governamentais”.
Ele afirma que acha bom que as escolas continuem abertas e que é necessário encontrar um meio-termo, já que deixar as pessoas presas em casa pode ocasionar mais casos de violência doméstica e problemas de saúde mental.
Daniel Antonsson, funcionário de uma agência de viagem em Gotemburgo, a segunda maior cidade da Suécia, percebeu uma diminuição do número de agendamentos de viagem e um aumento dos cancelamentos. Ele defende a política atual do país para o enfrentamento do coronavírus: “Tenho uma avaliação positiva do modo como o governo está cuidando da situação. Se está correto, não sei. Mas, a meu ver, parece lógico agir assim. Vamos ver”.
Com informações do Estadão Conteúdo