Com o objetivo de combater a pandemia, o governo decretou estado de emergência na Hungria em março; medida foi acusada de autoritária
Hoje termina oficialmente o estado de emergência na Hungria. A medida estava em vigor desde março com o objetivo de combater o coronavírus no país da Europa Central.
De acordo com a medida, o primeiro-ministro do país, Viktor Orbán, recebeu poderes especiais e praticamente ilimitados, podendo governar sem as amarras impostas pelo legislativo e por outros órgãos do Estado.
Na época que entrou em vigor, a medida causou muita polêmica e foi muito criticada pelos parceiros da Hungria na União Europeia. A medida foi considerada autoritária e mais um, passo da escalada autoritária de Orbán, que está na chefia do governo húngaro desde 2010.
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O governo também eliminou as restrições que estavam em vigor para pessoas com mais de 65 anos. Pelas regras até então em vigor, elas só poderiam sair de casa por três horas no período da manhã e apenas para ir a serviços essenciais, como farmácias e supermercados, informa a agência EFE.
Hungria e o autoritarismo
Com quase 10 milhões de habitantes, a Hungria faz parte da União Europeia desde 2004. Entre o fim da Segunda Guerra Mundial e 1989, o país foi um Estado Socialista, um satélite da União Soviética.
Desde que assumiu o poder em 2010, Orbán conseguiu realizar inúmeras mudanças na Constituição, levando a uma visão considerada conservadora sobre a organização do país.
Ele também realizou mudanças na lei que a oposição acusa de serem feitas para auxiliar na manutenção de seu partido, o Fidesz – União Cívica Húngara no poder.
Em setembro de 2018, o Parlamento da União Europeia aprovou uma resolução acusando o governo da Hungria de “sistematicamente ameaçar a democracia”. O Partido Popular Europeu (EPP), que reúne partidos conservadores do bloco, suspendeu o Fidesz do seus quadros.
O ministro das Relações Exteriores da Hungria,Péter Szijjártó, afirmou que a resolução foi uma vingança porque o país não abriu a suas fronteiras para a imigração.