O terremoto que atingiu o Japão nesta segunda-feira, 1º, às 16h10 (4h10, no horário de Brasília) deixou 48 mortos. A tragédia ainda forçou a evacuação de 97 mil habitantes.
Os moradores das nove províncias da costa oeste da principal ilha do Japão, Honshu, receberam pedidos para deixar suas casas. Além disso, os tremores provocaram incêndios e destruição das casas.
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Um alerta de tsunami também foi emitido, depois do primeiro sismo. A mensagem amarela com a frase “Tsunami! Evacuar!” nas províncias de Ishikawa — epicentro do terremoto —, Niigata e Toyama indicou a possibilidade de ondas de até 5 metros de altura.
De acordo com os alertas da Agência Meteorológica do Japão, tremores secundários podem continuar por até uma semana. Com relação à possibilidade do tsunami, o jornal Folha de S.Paulo emitiu a fala do primeiro-ministro, Fumio Kishida, que pediu à população para evacuar e seguir o alerta.
“Peço às pessoas em áreas onde são esperados tsunamis que desocupem suas casas o mais rápido possível”, disse o premiê japonês.
No entanto, em seguida, a expectativa das ondas de 5 metros caiu para, no máximo, 3 metros de altura. Isso depois que algumas chegaram a 1 metro e meio, no Porto de Wajima, em Ishiwaka.
Efeitos do terremoto no Japão: incêndios e interrupção de serviços
Além de forçar o deslocamento de quase 100 mil habitantes, causar mortes e destruição de residências, o terremoto que atingiu o Japão neste início de ano provocou incêndios, interrompeu serviços e provocou queda de energia.
Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos, o terremoto foi o mais forte na região em mais de 40 anos. Ao todo, mais de 50 sismos de magnitude 3,2 ou mais atingiram a Península de Noto em quatro horas.
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A mídia local divulgou imagens de um prédio que desabou em uma nuvem de poeira na cidade costeira de Suzu, onde muitas casas desmoronaram. Uma rachadura em uma estrada em Wajima, município de 30 mil habitantes, também foi divulgada pela imprensa japonesa. Na cidade, houve relatos do desabamento de pelo menos 30 edifícios.
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Mais de 36 mil residências ficaram sem energia na região depois do tremor. À noite, quase 32 mil imóveis permaneceram sem energia em Ishikawa.
A previsão era que as temperaturas caíssem para quase zero em algumas áreas durante a madrugada.
Autoridades informaram à imprensa que seis pessoas ficaram presas sob os escombros de prédios colapsados em Ishikawa. Com isso, as Forças de Autodefesa do Japão seriam enviadas à região para ajudar no resgate.
Por efeito do terremoto, os serviços ferroviários de alta velocidade para Ishikawa foram suspensos. Operadoras de telecomunicações, Softbank e KDDI relataram interrupções nos serviços de telefone e internet na região.
Os tremores de terra também afetaram o setor aéreo. A companhia ANA ordenou o retorno de aviões que se dirigiam aos aeroportos de Toyama e Ishikawa, enquanto a Japan Airlines cancelou a maioria de seus serviços para as regiões de Niigata e Ishikawa. Um dos aeroportos de Ishikawa foi fechado.
A Autoridade de Regulação Nuclear do Japão confirmou que não houve maiores problemas nas usinas nucleares próximas ao Mar do Japão, que inclui cinco reatores ativos nas plantas de Ohi e Takahama, na Província de Fukui.
Uma das usinas, a Shika, em Ishikawa, próxima do local do terremoto, havia interrompido seus dois reatores para inspeção regular. Um incêndio causado pelos tremores atingiu um transformador no local, mas não houve danos.
Os últimos maiores tsunamis e terremotos ocorridos no Japão
O Japão é um dos países do mundo com maior frequência de terremotos. As normas de construção são rígidas, os edifícios costumam resistir a fortes tremores, e a população está habituada a situações do tipo.
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A última vez que um tsunami grave alcançou a costa do Japão foi em 11 de março de 2011. Na ocasião, a nação insular registrou um tremor de magnitude 9,0, seguido de uma enorme onda que matou quase 20 mil pessoas, devastou cidades no nordeste do país e desencadeou fissões nucleares em Fukushima.
Esse foi o pior acidente nuclear registrado no mundo desde o ocorrido na usina de Chernobyl, na então União Soviética, em 1986.
Antes disso, o maior tremor registrado no Japão tinha sido o chamado Grande Terremoto de Hanshin, que atingiu o oeste do país em 1995. Na ocasião, mais de 6 mil pessoas, principalmente na cidade de Kobe.