Depois das fortes medidas restritivas impostas no início deste mês em Xangai, centro comercial e financeiro da China, com 26 milhões de habitantes, a preocupação das autoridades nacionais de saúde concentra-se agora em Pequim. A capital do país, com seus 21 milhões de habitantes, entra nesta semana num amplo programa de prevenção da covid-19, que deve testar 90% da população da cidade.
A partir desta terça-feira, 26, deverão ser realizadas três rodadas de testagem em 11 bairros. Ontem, já começaram os exames em massa numa área onde ocorreram 46 casos, com a decretação de quarentena em vários prédios residenciais.
Postos de testes foram instalados por toda Pequim, e as equipes médicas percorrem as casas chamando os moradores para o exame chamado PCR, no qual um cotonete é introduzido pelo nariz para a coleta de material e posterior verificação sobre a presença do vírus.
A capital chinesa deve registrar um aumento no fluxo de pessoas, por causa de alguns feriados, a começar do Primeiro de Maio, o que despertou sinais especiais de alerta contra um possível surto. Os responsáveis pela operação anticovid acreditam que já identificaram a cadeia de transmissão da doença e contam com a adesão dos chineses para controlar a situação.
Estoques contra a covid-19
No total, foram registrados apenas 70 casos desde a última sexta-feira, 22, mas as notícias de testes em massa alarmaram a população de Pequim, que começou a estocar alimentos e outros artigos básicos, com medo de uma ordem emergencial de confinamento. O exemplo das restrições ocorridas durante o lockdown em Xangai, onde faltaram gêneros de primeira necessidade, motivou uma corrida aos supermercados atrás de arroz, macarrão e papel higiênico, por exemplo.
A Fresh Hema, varejista administrada pelo gigante do comércio eletrônico Alibaba, informou que suas 40 lojas associadas em Pequim estão bem abastecidas e têm várias fontes diretas em algumas províncias para aumentar a oferta. O estoque geral de mantimentos foi ampliado para quatro a cinco vezes a quantidade rotineira, e os preços permanecem estáveis. Outros grandes varejistas, como Walmart e Sam’s Club, também aumentaram seus suprimentos de subsistência quase três vezes.
O governo chinês busca conter rapidamente o alastramento do vírus, para evitar o agravamento de problemas na economia e na vida social. A variante Ômicron do coronavírus, com maior velocidade de contaminação, coloca dificuldades para qualquer estratégia de zero covid, na medida em que controles rigorosos podem prolongar surtos locais, em vez de erradicar totalmente a transmissão.
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Parece que não trancaram bem o vírus e agora têm que trancar as pessoas…