O United Auto Workers – UAW (Sindicato dos Trabalhadores Automotivos) entrou em greve nos Estados Unidos na última sexta-feira 15 contra três grandes montadoras: General Motors (GM), Ford e Stellantis.
Essa é a primeira paralisação dos profissionais que envolve as três empresas simultaneamente.
A campanha trabalhista é considerada a mais ambiciosa do setor industrial dos Estados Unidos e uma das maiores em geral nas últimas décadas.
A greve nas três montadoras irá interromper a produção dos modelos Ford Bronco, Jeep Wrangler, Chevrolet Colorado e outros carros populares no país.
“Pela primeira vez em nossa história, faremos greve em todas as três grandes montadoras”, disse o presidente do sindicato, Shawn Fain.
Nas redes sociais, o UAW postou e republicou vídeos de trabalhadores saindo das fábricas sob aplausos de membros do sindicato que acenavam com cartazes.
Reivindicações dos trabalhadores
Os trabalhadores pedem aumento salarial, melhores benefícios, garantias contra demissões, entre outras reivindicações.
No momento, não são todos os filiados que foram convocados para aderir à paralisação, mas o número de adesões pode crescer nos próximos dias, de acordo com a organização.
Segundo a agência Associated Press (AP), cerca de 13 mil dos 146 mil trabalhadores das três empresas estão em greve.
As paralisações acontecem depois de semanas de debates entre o sindicato e os executivos das três montadoras por uma parcela maior dos lucros à medida que as companhias mudam sua produção para veículos elétricos.
Fain afirma que a estratégia da greve “manterá as empresas na dúvida” e dará aos negociadores sindicais “máxima alavancagem” quando retornarem à mesa de negociações.
“Se precisarmos fazer tudo, faremos”, disse ele aos membros. “Devemos mostrar às empresas que vocês estão prontos para aderir à greve a qualquer momento. E devemos mostrar ao mundo que nossa luta é uma luta justa.”
O que dizem as montadoras
Em comunicado, a Ford afirma que os termos propostos pelo UAW são “insustentáveis” e, se forem implementados, “mais que dobrariam os atuais custos trabalhistas” contabilizados com trabalhadores que fazem parte do sindicato.
“A Ford negociou de boa-fé num esforço para evitar uma greve, que pode ter consequências abrangentes para os nossos negócios e para a economia”, falou a montadora, acrescentando que “continua absolutamente empenhada em alcançar um acordo.”
A GM declarou também nota que está “decepcionada” com a paralisação, apesar “do pacote econômico sem precedentes” oferecido pela montadora.
“Continuaremos a negociar de boa-fé com o sindicato para chegar a um acordo o mais rapidamente possível para o benefício dos integrantes da nossa equipe, clientes, fornecedores e comunidades em todos os EUA. Entretanto, a nossa prioridade é a segurança da nossa força de trabalho.”
Outra montadora que disse estar decepcionada com o rumo das negociações é a Stellantis.
“Colocamos imediatamente a empresa em modo de contingência e tomaremos todas as decisões estruturais apropriadas para proteger a companhia e as nossas operações na América do Norte”, afirma em comunicado.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirma respeitar o direito à paralisação e disse aos executivos das montadoras para que colocassem na mesa de negociações a melhor proposta possível para tentar resolver a situação.
“Acredito que elas (montadoras) deveriam ir mais longe para garantir que lucros recordes signifiquem contratos recordes para o UAW.”
Estamos caminhando para isto aqui no Brasil…