A missão InSight, da Nasa, detectou que Marte possui movimentos como a Terra ou Vênus e que “não está tão morto” como poderia parecer.
A sonda identificou sismos que sugerem “uma atividade interna no planeta”, contrariando a versão de que Marte estivesse um pouco no fim de sua vida, com um núcleo pouco ativo. A máquina detectou sismos que os cientistas atribuem a circulações de magma, da rocha fundida, na crosta de Marte a profundidades de 15 quilômetros a 50 quilômetros.
Até agora, a sonda identificou mais de 1,3 mil “martemotos” — os tremores que ocorrem em solo marciano —, o mais recente foi de magnitude 5. A InSight também localizou regiões propensas a esses tremores no planeta vermelho.
A missão InSight traz um novo olhar para esses dados, além de confirmar com seu estudo sísmico que o planeta está bem vivo, embora não seja possível observar nenhum vulcão ativo.
As imagens da superfície desolada de Marte, obtidas pela sonda desta missão da Nasa são enganosas porque embora “a atividade vulcânica principal do planeta remonte a 3,5 bilhões de anos, não está tão morto”, afirma Clément Perrin, físico do laboratório de planetologia e ciências da Terra da Universidade de Nantes, na França.
As informações coletadas permitiram aos cientistas medir a profundidade e a composição da crosta, manto e núcleo de Marte.
“Embora ainda tenhamos muito a aprender, a evidência de possível magma em Marte é intrigante”, segundo Anna Mittelholz, pesquisadora de pós-doutorado na politécnica de Lausanne, na Suíça.
A sonda InSight, que está no planeta desde 2018, deverá ser substituída, pois o sismômetro deveria parar de funcionar nos próximos meses. Seus painéis solares, cobertos de poeira, não produzirão mais eletricidade suficiente para funcionar.