O presidente reeleito dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu processar o jornal Des Moines Register. A ação judicial contesta uma pesquisa eleitoral, dias antes das eleições, que indicava a vitória de Kamala Harris em Iowa por 3 pontos porcentuais. O processo veio a público nesta terça-feira, 17.
+ Leia mais notícias de Mundo em Oeste
A pesquisa esteve sob o comando de J. Ann Selzer. Trump venceu em Iowa, com 55% dos votos, enquanto Harris recebeu 42%, uma diferença significativa em relação ao que indicava o estudo.
Defesa de Trump faz acusações de interferência eleitoral
Os advogados de Donald Trump alegam que a pesquisa foi uma tentativa de interferência eleitoral; agora, buscam impedir que o Des Moines Register continue a publicar informações que consideram enganosas. Selzer, que anunciou sua aposentadoria depois das eleições, sofre acusações de agir intencionalmente.
+ Donald Trump convida Xi Jinping para sua posse presidencial
O grupo Gannett, proprietário do jornal, rebateu as acusações, alegando que o processo carece de mérito. Trump havia declarado anteriormente que a publicação da pesquisa constituía fraude e interferência eleitoral. O presidente afirmou que sua administração poderia adotar uma postura mais rigorosa em relação à imprensa.
Ação contra ABC e CBS News
Esse processo ocorre depois de a ABC News concordar em pagar US$ 15 milhões para encerrar um litígio com Trump. A disputa envolvia uma declaração de George Stephanopoulos, que afirmou que Trump havia sido responsabilizado pelo estupro da escritora E. Jean Carroll. Na realidade, ele foi responsabilizado por abuso sexual, uma distinção importante na legislação de Nova York.
O político também processa a rede CBS News, exigindo US$ 1 bilhão por uma entrevista que, segundo ele, passou por edições para favorecer Kamala Harris. A CBS nega as acusações e pediu que a Justiça arquive o caso.
Proteção legal e possíveis mudanças
Juristas afirmam que as ações de Trump têm poucas chances de sucesso, dada a forte proteção da legislação norte-americana a jornalistas. Isso dificultaria as condenações em casos de calúnia e difamação sem provas concretas.
Entretanto, analistas sugerem que a decisão da Walt Disney, proprietária da ABC, de pagar um acordo teve o objetivo de evitar retaliações futuras.
Trump já expressou o desejo de revisar a lei de difamação dos EUA, e a atual Suprema Corte, com uma maioria conservadora, pode estar aberta a reconsiderar as proteções legais a jornalistas.
Leia também: “Apoio a Trump: Meta doa US$ 1 milhão para o fundo da cerimônia de posse”