Nesta terça-feira, 4, o Parlamento da Sérvia foi cenário de tumultos que deixaram três parlamentares feridos, entre eles, Jasmina Obradovic, que foi hospitalizada. Os ferimentos aconteceram pelo uso de bombas de fumaça e sinalizadores.
Imagens do local mostraram confrontos entre parlamentares, com relatos da mídia sérvia sobre o lançamento de ovos e garrafas de água. A presidente do Parlamento, Ana Brnabic, acusou a oposição de agir de forma irresponsável e comparou as ações a uma “gangue terrorista”.
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O ministro da Defesa, Bratislav Gasic, classificou os envolvidos como uma “vergonha para a Sérvia”. Em meio ao clima de tensão, o presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, visitou Obradovic no hospital, onde expressou seu apoio.
“Jasmina vencerá, a Sérvia vencerá”, disse Vucic em um vídeo no Instagram, enquanto segurava a mão da parlamentar hospitalizada.
Sérvia passa por uma crise política
O incidente reflete uma crise política mais ampla. O governo sérvio enfrenta protestos anticorrupção há meses. Estudantes têm sido uma força motriz nas manifestações e reivindicam aumento no financiamento da educação.
Os protestos ganharam força depois de um desabamento de uma cobertura de concreto em uma estação de trem em Novi Sad, em novembro, que matou 15 pessoas. A tragédia foi atribuída à corrupção no país.
O parlamentar de esquerda Radomir Lazovic afirmou que a oposição está disposta a apoiar o projeto de financiamento da educação, mas rejeita outras propostas governamentais. Lazovic afirmou que “só podemos discutir a queda do governo”. Ele defende um governo de transição que viabilize novas eleições, proposta rejeitada pelos governistas.
A instabilidade política ocorre depois que o Partido Progressista Sérvio consolidou seu poder nas últimas décadas. Apesar de buscar adesão à União Europeia. O presidente da Sérvia é filiado à sigla, considerada de direita.