Tropas russas que ocupam a cidade portuária de Mariupol, no sul da Ucrânia, roubaram mais de 2 mil obras de arte de museus. A informação foi divulgada em publicações feitas pela Câmara Municipal de Mariupol no Telegram.
Na postagem, as autoridades locais detalham como as forças russas saquearam sistematicamente os museus, incluindo o Museu de Arte Kuindzhi. A coleção deste último teria sido transportada para Donetsk — região separatista na Ucrânia favorável à Rússia. O edifício foi danificado por um ataque aéreo russo no fim de março.
“Os ocupantes ‘libertaram’ Mariupol do seu património histórico e cultural”, informou a Câmara Municipal em mensagem. “Roubaram e deslocaram mais de 2 mil exposições únicas de museus de Mariupol para Donetsk”, acrescentaram as autoridades.
Quadros de Arkhip Kuindzhi e Ivan Aivazovsky, pintores românticos russos, foram roubados do museu. São eles: Red Sunset, Elbrus e Autumn, Crimea.
A Câmara Municipal também relatou o roubo de vários ícones antigos, como Evangelho de 1811 — feito pela Casa de Impressão Veneziana — e mais de 200 medalhas guardadas no Museu de Arte Medalhão Harabet (Museum of Medallion Art Harabet).
Segundo mensagens obtidas pelo jornal Washington Post, o conselheiro do presidente da Câmara de Mariupol, Petro Andryushchenko, alegou que as três pinturas mencionadas foram entregues às forças russas por Natalia Kapustnikova, diretora do Museu de História Local — também com sede na cidade ucraniana.
“Natalia Kapustnikova, que conhecia o local exato de armazenamento secreto das obras-primas, passou pessoalmente tudo de mão em mão”, disse Andryushchenko.
Para justificar a ação, a mídia russa propagou que as pinturas foram salvas pelo pessoal do museu devido aos bombardeios realizados pelos soldados ucranianos.
Russos sendo russos.