A União Europeia (UE) está se preparando para receber os refugiados dos países que sofrem com uma crise alimentar generalizada, disse, na segunda-feira 11, uma das diretoras do grupo, Aija Kalnaja.
Segundo Aija, a Europa tem condições de abrigar os ucranianos, que ainda sentem os efeitos dos ataques realizados pela Rússia. Ao mesmo tempo, o continente terá de lidar com os desabrigados de outros países.
“Todos sabemos que o transporte de trigo da Ucrânia está prejudicado”, afirmou a diretora da UE. “Isso causará ondas de migração. Então, estamos nos preparando para isso.”
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A Ucrânia, um dos maiores exportadores do mundo, viu sua produção de grãos e cereais ser bloqueada pela ofensiva militar do Kremlin. Segundo a Agence France-Presse, cerca de 20 milhões de toneladas da colheita do ano passado ainda estão retidas nos portos ucranianos do Mar Negro.
A situação foi agravada pela alta dos preços nos mercados mundiais e pela crise alimentar que ameaça os principais clientes ucranianos — em especial, os países da África e do Oriente Médio.
O alto-comissário da Organização das Nações Unidas (ONU) para refugiados, Filippo Grandi, disse que, sem uma resposta para a crise alimentar causada pelo conflito no Leste Europeu, o recorde mundial de 100 milhões de pessoas desalojadas aumentaria ainda mais.
Leia mais: “A ‘crise alimentar’ e a estupidez ambientalista”, artigo de J.R. Guzzo publicado em Oeste