Rose Rocha*
Geografia é destino? No caso da Ucrânia, sim. Mas o presidente do país, Volodymyr Zelensky, decidiu que não. Depois de uma série de tentativas frustradas de negociações de paz com a Rússia e pedidos de apoio à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Zelensky decidiu ficar e lutar ao lado dos soldados ucranianos para defender o território.
A Ucrânia é um país do Leste Europeu, com 44 milhões de habitantes. A retomada de negociações para fazer parte da aliança militar, Otan, provocou forte reação da Rússia, que se posicionou com ameaças, seguidas do ataque militar. Não adiantaram nem mesmo as sanções por parte da União Europeia, Estados Unidos e Reino Unido.
A ação foi considerada por muitos líderes mundiais uma afronta à soberania da Ucrânia. E Zelensky se tornou conhecido internacionalmente por resistir à potência bélica russa.
Volodymyr Olexandrovytch Zelensky tem 44 anos e foi eleito presidente da Ucrânia em 2019, com 79% dos votos no segundo turno. Ao tomar posse, dissolveu o Parlamento e convocou novas eleições. Filho de pais judeus, é formado em Direito, mas optou por seguir carreira de ator. Em 2003, fundou a Kvartal 95 Studio, produtora de séries audiovisuais para a TV. Ficou conhecido por criar e estrelar a comédia Servo do Povo, em que representa um professor que se torna presidente por acaso, ao criticar a corrupção no país. Tal como na ficção, Zelensky se tornou chefe de Estado e hoje governa a Ucrânia.
Agora, enquanto líderes internacionais decidem o que fazer, Zelensky veste o colete à prova de balas e vai para as ruas de Kiev, ao lado de soldados ucranianos. O ex-presidente Petro Poroshenko também ficou na capital para lutar com a resistência. Com baixo número de soldados, o Ministério da Defesa chegou a pedir na TV que os cidadãos usassem armas e preparassem coquetéis molotov para se defender.
Imagens de crianças se despedindo dos pais chegam em tempo real para todos os cidadãos do mundo. Homens entre 18 e 60 anos não podem deixar o país — e já são milhares de refugiados que, provavelmente, não conseguirão voltar para casa. A impotência da Ucrânia e a incapacidade da Otan em ajudar diretamente deixam indignados aqueles que assistem de casa ao confronto entre Davi e Golias. Difícil entender por que um presidente não se rende e decide ir para a guerra colocando em risco a vida de seus cidadãos?
Não.
Zelensky não está sozinho. Representa a vontade do povo ucraniano. O desejo de soberania e liberdade. Os ucranianos sabem que, ao cederem um pouco, perderão todo o resto. Não há como se colocar no lugar de pessoas de países em guerra. É a realidade mais cruel ao ser humano.
Mas a história existe para ensinar. Hitler não foi detido e acabou matando milhares devido à omissão de líderes que permitiram o avanço genocida. Mais tarde, percebera-se a tragédia irreparável prevista por Churchill.
Mas o que aconteceria se uma potência bélica decidisse invadir o Brasil? Parte da população defenderia de imediato a rendição do presidente, pois a honra e a coragem foram canceladas nas redes sociais. Outra parte considerável de parlamentares trataria de rifar o chefe de Estado e a soberania do país ao inimigo, em troca de malas de dinheiro — já tentam isso por menos, com a Amazônia. Os líderes de ocasião, como Sergio Moro, João Doria, Ciro Gomes e Lula, certamente se esconderiam em algum bunker até achar um jeito de sair pela porta dos fundos.
A guerra na Ucrânia também nos faz refletir sobre o tipo de líder que queremos eleger em 2022. Quais dos presidenciáveis descritos sairiam às ruas com um colete à prova de balas para lutar ao lado do Exército?
Para alguns, Zelensky deveria se render e entregar a Ucrânia à Rússia. Tolos, não percebem a lição que vem do impotente país europeu, que tenta unir o Ocidente para barrar a Rússia, que, junto à China, colocará o mundo de joelhos em breve.
O “comediante” Volodymyr Zelensky não quer entregar seu povo ao autoritarismo de Putin. Mostra que a liberdade de uma nação é um bem precioso e que dará a vida ao lado do pequeno exército de civis para defender a democracia, munidos de bravura, coragem. Um exemplo ao mundo.
Leia também: “A Ucrânia balança o mundo”, reportagem publicada na Edição 101 da Revista Oeste
*Rose Rocha é jornalista
Ao Presidente da Ucrânia:
Seja comediante, seja ator, seja advogado; O Senhor é um vencedor, um homem de coragem, como poucos.
Liberdade não se rende. O Presidente da Ucrânia ganhou adeptos em todo o Planeta Terra, pela coragem, pelo caráter de não abandonar o povo à própria sorte. Quem é o vencedor nessa história, ainda que perca território Ucrânia sai como vencedora e Rússia perde. Que Deus esteja com os Ucranianos.
A grande notícia agora é a guerra. A covid/global/chinesa perdeu espaço. Indústria da guerra também é muito lucrativa.
Excelente artigo. Parabéns. Disse tudo.
A COVARDIA DOS PACIFISTAS
Não faltam covardes para se rederem sem luta. Vidas importam, liberdade e honra não, berram os covardes de sempre. Estes covardes se rendem ao primeiro grito do adversário. A França caiu frente aos nazistas devido aos pacifistas que lutaram a favor dos nazistas ao se colocarem pela paz a qualquer custo, o que não fizeram os ingleses e russos. Se tivessem se rendido sem lutar, seriam escravos dos nazistas, como queriam os pacifistas. O pacifista Bertrand Russell chegou a propor que a Inglaterra desmontasse seu exército para demonstrar a Hitler o seu comprometimento com a paz! O Afeganistão demonstrou que é possível expulsar de seu território duas potências nucleares: EUA e União Soviética. O Vietnã demonstrou que o Golias americano podia ser vencido. Os gregos na antiguidade venceram o poderoso império persa por recusarem a rendição antes da luta. A Finlândia resistiu ao exército da União Soviética, quando Stalin a invadiu na segunda guerra. A Ucrânia deve vender caro sua derrota. Melhor morrer com dignidade do que viver como rato do Putin.
Muito bonito, interessante, mas essa revista, igual a outros veículos da imprensa mundial, resolveu escolher um lado e mostrar o “líder”, chamado de comediante por muitos, incluindo o presidente Bolsonaro, e com toda razão ( agora, ele posa de ator dramático…), pois ele é mesmo um comediante que pensa estar em um show televisivo, e por isso, meteu os pés pelas mãos. Não, ele não é um herói! Colocou colete à prova de projeteis? Ok, mas é apenas teatro, propaganda. Deve ter lido muito os escritos de um certo Goebbels, ministro de propaganda de Hitler. Ele não está, nem deveria, na frente de batalha. Isso é apenas propaganda. A Rússia errou em invadir? Claro que sim, mas este senhor não fez nenhum esforço para impedir a guerra e agora, quem paga a conta é o povo da bela Ucrânia ( a Rússia tb. é um belo país…). O presidente Putin avisou o atual mandatário ucraniano, desde que este foi eleito, que haveria represálias, mas o comediante pensou que o russo blefava e contou com o impossível: ajuda militar em grande escala da NATO. Só que a NATO não vai lutar em grande escala com um país cheio até o teto, de armas nucleares. Davi contra Golias? Infeliz comparação. Davi lutou contra Golias porque era o escolhido por Deus para governar Israel, logo, era certeza a vitória do pequeno rei em estatura, mas grande em Justiça e obediência ao Pai. É importante manter o bom senso e ver que os dois lados estão errados e se o “líder” ucraniano tivesse negociado antes, não haveria agora mais de 600 mil refugiados ucranianos em outros países, fora os mortos. “lutar até o fim”, fica bonito em filme de ficção sobre as guerras. A realidade é muito diferente disso.
O Brasil tem de ser defendido hoje, amanhã e sempre dos sequestradores e oportunistas de plantão que sempre ficam à espera de uma eleição para darem o golpe. 👹 NÃO À DITADURA E AO COMUNISMO
E o comunista matou e continua matando……Joe biden ficou provocando Putin para a querra quando deveria incentivar a paz.
Já tentei mas não consigo engolir esta história de bom mosso…
Me parece um bom ator.
Que confiou no bidê e levou um pé na bunda.
No começo da invasão Russa achei que o povo Ucraniano tinha feito uma escolha ruim, apostando nesse presidente. Hoje vejo que foi uma excelente escolha. Um país pequeno emparedou o gigante russo. Putim achou que iria vencer em dois dias, como fez na Crimeia. Já está está no sexto dia e sofreu, ontem, a maior sanção que podia imaginar, saiu do SWIFT. Não transaciona mais, financeiramente, no mundo. Agora, só volta, depois que sair da Ucrânia. A Ucrânia irá perder, mas está vendendo caro a derrota. Vai mostrar ao mundo o que é ter coragem, amor à pátria e, principalmente, amor à liberdade. Esse bem é maior do que a própria vida. Servirá de exemplo ao mundo e espero que sirva de exemplo ao nosso Brasil, tão divido entre oportunistas e os que acreditam que o atual Presidente é o único que pode nos salvar desses oportunistas, tiranetes de plantão.
Hitler não matou milhares: matou milhões.
Belo artigo!
Acredito que meu presidente Bolsonaro vestiria o colete e iria lutar junto com o exército.
Não existe outro com essa atitude no Brasil hoje.
Muito bom! Artigo com ótimo poder de síntese e ao mesmo tempo um paralelo ao que pode ou não ser o futuro brasileiro. 👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻
Com certeza, esses líderes brasileiros citados na matéria, não me representam nas urnas. Podem até ganhar, mas, definitivamente, não terão meu voto. Alfumas pessoas defendem o tirano russo, aí preciso lembrá-las, que Hitler começou exatamente assim: assuntos internos. Como ninguém fez nada, ele expandiu o seu genocídio para outros países. Deu no que deu. A vigilância é eterna.