Na prisão de Tocorón, na Venezuela, dezenas de famílias aguardam pela saída de seus entes queridos, em um ambiente de incerteza, depois do anúncio de libertação de prisioneiros. O local fica a cerca de duas horas da capital, Caracas.
Isso ocorre pois, até o último domingo, 17, a ONG Foro Penal informou que 131 pessoas receberam o aval para deixar o local. No entanto, ainda conforme o órgão, outras 1,8 mil famílias esperam por notícias. A informação é do jornal The New York Times.
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A notícia de libertação veio depois de quase três meses das contestadas eleições presidenciais. Nesse período, o regime do ditador Nicolás Maduro prendeu cerca de 2 mil pessoas opositoras, sob acusações de terrorismo. Agora, anunciou planos para libertar cerca de 200 deles.
Maduro afirmou que muitos dos detentos são “criminosos fascistas”. A maioria deles e suas famílias negam as acusações de terrorismo. De acordo com analistas ouvidos pelo NYT, o movimento pode ser visto como uma sinalização do ditador à eleição do norte-americano Donald Trump.
Venezuela hoy se llena de reencuentro entre los presos políticos y sus familiares luego de tanto sufrimiento. Venezuela huele cada vez más a LIBERTAD.
— NoMásSecuestros (@NoMasSecuestr0s) November 16, 2024
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O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, que é chavista, disse que os detidos restantes enfrentam acusações graves e que seu escritório não recebeu denúncias de violações de direitos humanos durante as prisões.
A libertação e as controvérsias políticas na Venezuela
A libertação ocorreu pouco depois da morte de Jesús Manuel Martínez, opositor que estava sob custódia e sofria de problemas de saúde. Líderes da oposição acusaram o regime de negligência, mas Saab afirmou que Martínez estava hospitalizado desde outubro.
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Belkys Altuve, mulher de 59 anos, tem dois filhos e dois netos presos desde julho, acusados de terrorismo depois de, segundo ele, sair para comprar comida durante a eleição. Altuve disse que votou em Maduro e que se sente traída, já que o regime “tirou seus filhos dela”.
As eleições de julho, que colocaram Maduro contra o opositor Edmundo González, apoiado por María Corina Machado, foram marcadas por alegações de fraude. Maduro declarou vitória, mas não divulgou atas eleitorais.
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O movimento González-Machado publicou resultados de 80% das seções de votações, os quais mostraram vitória de González, com quase 70% dos votos. Essa versão não oficial recebeu o reconhecimento de várias nações mundo afora.
Depois do período eleitoral, a repressão no país aumentou, ao passo que a pressão internacional crescia para que a Venezuela mostrasse as atas de votação. Até o momento, Nicolás Maduro não divulgou os documentos.