Vermes microscópicos sobrevivem na Zona de Exclusão de Chernobyl, na Ucrânia, que é altamente radioativa, sem danos causados pela radiação. A informação é de um estudo divulgado na última terça-feira pela revista PNAS.
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O fato é surpreendente porque a contaminação ambiental causada por acidentes nucleares apresenta riscos imediatos à saúde. Porém, pouco se sabe sobre os efeitos hereditários nas espécies que vivem nos locais contaminados.
Alguns pesquisadores decidiram analisar vermes microscópicos que vivem em ambiente altamente radiativo. No estudo, eles descobriram que a radiação do acidente de Chernobyl não afetou os vermes que habitam na região. Essa descoberta sugere que eles são resistentes aos efeitos da radiação.
A região sofreu dois acidentes nucleares graves na usina nuclear. O primeiro aconteceu em 1985, quando o problema em um dos reatores diminuiu a potência da usina em 25%. No ano seguinte, duas fortes explosões destruíram o reator central, criando uma brecha no núcleo de mil toneladas.
Outras explosões atingiram a usina, por causa da liberação de vapor. Com isso, uma nuvem gigantesca de radiação se espalhou pela região e contaminou 75% da Europa. A contaminação atingiu da Irlanda do Norte até a Grécia.
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Mais de 8 milhões de pessoas foram expostas à radiação e tiveram que deixar a área. Porém, animais, plantas e outros seres vivos não foram retirados da região e ficaram no local com alta radioatividade.
Quase 40 anos depois da tragédia, cientistas decidiram analisar os vermes nematóides (Oscheius tipulae). Na pesquisa, eles concluíram que os bichos não sofreram nenhum dano em seus genomas.
Animais que vivem em Chernobyl costumam sofrer impacto pela radiação
Em outras pesquisas, cientistas identificaram que animais que vivem próximos a Chernobyl são fisicamente e geneticamente diferentes que os que moram em regiões sem a radiação. Isso levantou questões sobre o impacto crônico da radiação no DNA das espécies.
“Chernobyl foi uma tragédia de consequências indeterminadas”, explicou Sophia Tintori, uma das autoras do estudo. “Ainda não temos uma visão clara dos efeitos do desastre sobre as populações das espécies locais.”
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Para o estudo, os cientistas coletaram 298 vermes nematóides e cultivaram em diferentes áreas com radioatividade diferente dentro de Chernobyl. Eles sequenciaram 20 cepas dos vermes e analisaram seus genomas com o objetivo de evidenciar aquisição recente de mutação. Eles foram comparados com vermes da mesma espécie de outras partes do mundo.
Os pesquisadores descobriram que os Oscheius tipulae de Chernobyl não apresentavam danos em seus genomas e que as alterações encontradas no DNA não foram causadas pela radiação.
O coautor da pesquisa Matthew Rockman explicou que os vermes nematóides são os ideais para a pesquisa por causa de seu genoma simples e pela rápida reprodução.
“Esses vermes vivem em todos os lugares e têm a vida curt. Por isso passam por dezenas de gerações de evolução, enquanto um vertebrado típico ainda está calçando os sapatos”, explicou o pesquisador.
Se descobriram que a vermes na radiação, é sinal que alguém está indo lá. Mais uma guerra biológica está por vir.
Que otima noticia para os PETISTAS. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
A radioatividade sim, é que é algo extremamente perigoso ao meio ambiente: por onde ela passa, mata ou transforma os organismos vivos.
Porém, como sempre há exceções, segundo a sabedoria popular, parece que esse verme é uma delas.
Matéria interessante para situar o indivíduo em algo que seja, de fato, relevante, lhe dando a oportunidade de, cada vez mais, ir separando o joio do trigo!