O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, agradeceu aos Estados Unidos e a seu presidente, Donald Trump, em declaração publicada no X neste sábado, 1º. Os dois governantes protagonizaram uma discussão em público na Casa Branca no dia anterior.
“Estamos muito gratos aos Estados Unidos por todo o apoio”, escreveu Zelensky. “Sou grato ao presidente Trump, ao Congresso pelo seu apoio bipartidário e ao povo americano.”
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Segundo o presidente da Ucrânia, o povo de seu país sempre apreciou o apoio dos EUA, “especialmente durante esses três anos de invasão em larga escala”. A ajuda da maior economia do mundo, afirma Zelensky, “tem sido vital para nos ajudar a sobreviver, e quero reconhecer isso”.
We are very grateful to the United States for all the support. I’m thankful to President Trump, Congress for their bipartisan support, and American people. Ukrainians have always appreciated this support, especially during these three years of full-scale invasion. pic.twitter.com/Z9FlWjF101
— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) March 1, 2025
A declaração diz ainda que, apesar do “diálogo difícil” entre ele e Trump, os dois países continuam sendo parceiros estratégicos e a relação entre as nações vai além dos presidentes atuais. “Mas precisamos ser honestos e diretos uns com os outros para realmente entender nossos objetivos compartilhados”, falou Zelensky, que também afirma ser “crucial” para a Ucrânia ter o apoio do presidente dos EUA.
“Ele quer acabar com a guerra, mas ninguém deseja a paz mais do que nós”, diz o texto publicado no X. “Somos nós que estamos vivendo essa guerra na Ucrânia.” Zelensky define a guerra com a Rússia como “uma luta pela nossa liberdade, pela nossa própria sobrevivência”.
O líder ucraniano fez uma citação de Ronald Reagan, que governou os EUA na década de 1980. “Como o presidente Reagan disse uma vez, ‘a paz não é apenas a ausência de guerra’.” Zelensky emendou a frase com a menção a um desejo por “uma paz justa e duradoura — liberdade, justiça e direitos humanos para todos”.
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“Estamos prontos para assinar o acordo sobre minerais, e isso será o primeiro passo em direção a garantias de segurança”, afirma o presidente da Ucrânia. “O acordo sobre minerais é apenas um primeiro passo em direção a garantias de segurança e a nos aproximarmos da paz.”
Zelensky diz querer paz, mas com segurança contra Putin
Em seu texto, Zelensky disse querer paz repetidas vezes, mas afirma que um acordo não funcionaria com o líder russo, Vladimir Putin. “Ele quebrou cessar-fogos 25 vezes nos últimos dez anos.” Um cessar-fogo sem garantias de segurança, portanto, seria perigoso para a Ucrânia.
O presidente ucraniano disse também que não pode mudar a posição da Ucrânia em relação à Rússia. “Os russos estão nos matando”, escreveu. “A Rússia é o inimigo, e essa é a realidade que enfrentamos.” Segundo Zelensky, a Ucrânia quer paz, mas deve ser uma paz “justa e duradoura” e, para isso, o país precisa de força na negociação.
🚨URGENTE – Trump e Zelensky brigam dentro do Salão Oval, na frente das câmeras!
— SPACE LIBERDADE (@NewsLiberdade) February 28, 2025
“Você não está na posição de ditar o que vamos ou não sentir (…) Você não tem as cartas agora”, disse Trump.
“Não estou aqui para jogar cartas”, responde Zelensky. pic.twitter.com/t5YtLiwXz9
“Estamos lutando há três anos, e o povo ucraniano precisa saber que a América está ao nosso lado”, disse ainda o ucraniano. “Será difícil sem o apoio dos EUA, mas não podemos perder nossa vontade, nossa liberdade ou nosso povo.”
De acordo com Zelensky, a Europa está pronta para contingências e para ajudar o exército ucraniano, mas os EUA são necessários para definir as garantias de segurança. “Uma vez que essas garantias estejam em vigor, poderemos conversar com a Rússia, a Europa e os EUA sobre diplomacia”, escreveu. “A guerra sozinha é muito longa, e não temos armas suficientes para expulsá-los completamente.”
O presidente da Ucrânia afirma compreender o fato de os EUA buscarem diálogo com Putin, mas diz crer também que os dois países podem dar “passos firmes” contra a Rússia. “Se não pudermos ser aceitos na OTAN, precisamos de uma estrutura clara de garantias de segurança de nossos aliados nos EUA.”