Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, afirmou, neste domingo, 23, que está disposto a deixar o cargo para encerrar a guerra no país. Ele também condicionou sua possível renúncia à entrada da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), uma aliança militar ocidental rival da Rússia.
“Se for pela paz na Ucrânia e se realmente quiserem que eu deixe meu cargo, estou pronto para isso”, afirmou Zelensky. “Em segundo lugar, posso trocar a Presidência pela entrada da Ucrânia na Otan se houver essa oportunidade. Não planejo estar no poder por décadas.”
Esta é a primeira vez que Zelensky, eleito em 2019, menciona a possibilidade de deixar o cargo desde o começo da guerra, que completará três anos em fevereiro de 2025.
Sua declaração vem depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugerir novas eleições na Ucrânia, ao afirmar que Zelensky enfrenta uma crise de popularidade.
A situação na Ucrânia se agravou com o maior ataque de drones russos desde o começo do conflito, em fevereiro de 2022. Neste sábado, 22, mais de 260 drones foram lançados sobre o território ucraniano.
Zelensky comenta postura de Trump
Zelensky também abordou a proposta de Trump de permitir que os Estados Unidos explorem minérios em regiões ucranianas. Em troca, ele sugere a presença de tropas norte-americanas para lutar ao lado dos soldados ucranianos.
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Apesar de fornecerem assistência financeira, aeronaves militares e equipamentos de guerra, os EUA e países europeus evitam debater o envio de tropas à Ucrânia. O presidente russo, Vladimir Putin, declarou que a presença de soldados norte-americanos e europeus na Ucrânia seria vista como uma declaração direta de guerra.
Zelensky disse que deseja ver Trump como um parceiro mais engajado da Ucrânia, além de um simples mediador entre Kiev e Moscou. “Eu realmente quero que seja mais do que apenas mediação”, afirmou. “Isso não é o suficiente.”