Familiares dos presos do 8 de janeiro de 2023 estiveram na Câmara dos Deputados para denunciar abusos e violações aos manifestantes em cárcere em uma coletiva pela anistia. A oposição afirmou que o grupo foi impedido de participar da entrevista com jornalistas pela segurança da Casa, nesta quarta-feira, 2.
Em nota emitida depois da coletiva sobre o PL da Anistia, a equipe do líder da oposição na Câmara, Luciano Zucco (PL-RS), afirmou que o parlamentar “lamentou o fato dos familiares dos presos não poderem acessar o Salão Verde” da Casa.
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“A segurança da Casa informou que somente parlamentares poderiam acessar o local”, informou a nota. “Depois da coletiva, os deputados foram até ao encontro dos familiares para um ato de solidariedade.”
Os parlamentares se reuniram com os familiares dos presos pelas manifestações na Praça dos Três Poderes, em Brasília. O encontro ocorreu em frente à Sala da Oposição, onde houve um ato simbólico.
A coluna procurou a assessoria do presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), mas não obteve uma resposta sobre o caso. O espaço segue aberto para futuras manifestações.
Oposição pressiona Motta para pautar anistia
Nesta semana, o Partido Liberal intensificou a pressão para que Motta coloque o PL da Anistia em votação no plenário da Câmara. A legenda tem realizado um trabalho de obstrução dos trabalhos na Casa.
Na coletiva, o líder do Partido Liberal, Sóstenes Cavalcante (RJ), explicou que a obstrução nesta semana é para “atrasar” as votações na Casa. Nesta quinta-feira, 3, Motta se reúne com os líderes partidários para debater as pautas para a próxima semana. A expectativa da oposição é que a anistia esteja entre os projetos a serem votados.
Além da obstrução, a oposição apresentou ao presidente Hugo Motta o dossiê da produzido pela Associação dos Familiares e Vítimas do 8 de Janeiro (Asfav). Segundo Zucco, o documento relata casos de “maus tratos aos presos de 8 de janeiro dentro dos estabelecimentos prisionais”.
“Existem diversos casos de pessoas doentes”, afirmou. “E a minha mágoa, a minha tristeza é que hoje os senhores e senhoras iriam escutar de familiares absurdos como no caso da Aldagiza que está presa numa cela de 3 metros por 3 metros com oito presidiárias traficantes e homicidas.”
Ainda em entrevista à imprensa nesta quarta-feira, 2, o líder Zucco explicou que no pedido de habeas corpus coletivo se fundamenta nas “decisões que converteram as prisões preventivas em domiciliares” como os casos de Débora dos Santos e Jaime Jubes.
“Queremos que os entendimentos desses casos sejam estendidos a todos os presos do 8 de janeiro que ainda aguardam julgamento e que se enquadram nos moldes que apresentamos ao STF”, disse.
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