Ao longo de quatro meses, a CPMI do 8 de Janeiro ouviu 20 depoentes. Um levantamento feito por Oeste mostra que, apesar de ter aprovado 47 convocações, o colegiado não efetuou quase 60% das oitivas, o que corresponde a 27 depoentes.
Entre os 27 que foram “poupados”, estão o general Braga Netto, ex-ministro do governo Jair Bolsonaro; Osmar Crivelatti, ex-Coordenador Administrativo da Ajudância-de-Ordens da Presidência da República; o capitão reformado Ailton Barros; a delegada Marília Ferreira de Alencar, Subsecretária de Inteligência da SSP/DF; entre outros.
Entre todas as oitivas aprovadas que não foram consumadas, apenas a de Marília e de Crivellati foram impedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
No dia do depoimento da delegada, o ministro Nunes Marques afastou a obrigatoriedade do comparecimento dela. Já no depoimento de Crivellati, o ministro André Mendonça adotou a mesma decisão.
O depoimento de Braga Netto chegou a ser marcado em duas ocasiões, mas o presidente do colegiado, deputado federal Arthur Maia (União Brasil-BA), desmarcou a oitiva para não ultrapassar a “cota” de depoimentos solicitados pela ala governista.
No lugar de Braga Netto, a CPMI deveria ouvir Sandro Augusto de Sales Queiroz, comandante do Batalhão de Pronto Emprego da Força Nacional de Segurança (FNS). Contudo, a maioria da comissão rejeitou o requerimento por intermédio dos votos.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, estava também entre os nomes cotados para ser ouvido pela CPMI, mas o requerimento se tratava de um convite, não convocação. Apesar disso, Dino também não foi ouvido pelo colegiado.
A próxima e, provavelmente última, sessão da CPMI está prevista para acontecer em 17 de outubro. Na ocasião, a relatora do colegiado, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), vai ler o relatório final das investigações. O documento já possui quase mil páginas.
Confira os convocados que não foram ouvidos pela CPMI:
- Cíntia Queiroz de Castro, Coronel e Subsecretária de Operações Integradas;
- Marília Ferreira de Alencar, Subsecretária de Inteligência da SSP/DF;
- Alan Diego dos Santos Rodrigues;
- Walter Souza Braga Netto, General de Exército;
- Capitão Ailton Barros, preso por suposta fraude em cartões de vacinação;
- Engenheiro Albert Alisson Gomes Mascarenhas, suspeito de ter participado dos atos de vandalismo;
- Coronel Antônio Elcio Franco Filho, suspeito por discutir no WhatsApp formas de como dar um “golpe de Estado”;
- Diomar Pedrassani, suspeito de financiar as manifestações de 8 de janeiro;
- Edilson Antonio Piaia, suspeito de financiar as manifestações de 8 de janeiro;
- Fernando de Souza Oliveira, ex-Secretário Executivo da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal;
- Jeferson Henrique Ribeiro Silveira, motorista do caminhão, onde uma bomba quase foi detonada em Brasília;
- Jorge Teixeira de Lima, Delegado da Polícia Civil do Distrito Federal;
- José Carlos Pedrassani, empresário que doou para a campanha de Bolsonaro à reeleição;
- Joveci Xavier de Andrade, empresário suspeito de participar dos atos de 8 de janeiro;
- Leandro Pedrassani, empresário que doou para a campanha de Bolsonaro à reeleição;
- Júlio Danilo Souza Ferreira, ex-Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal;
- Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra, coronel da PMDF;
- Milton Rodrigues Neves, Delegado da Polícia Federal;
- Márcio Nunes de Oliveira, ex-Delegado-Geral da Polícia Federal;
- Marcelo Fernandes, Delegado da PCDF; OK
- Roberta Bedin, suspeita de financiar bloqueios em estradas contra o resultado das eleições de 2022;
- Robson Cândido, Delegado-Geral da PCDF;
- Adauto Lucio de Mesquita, empresário suspeito de coordenar arrecadação para acampamentos em frente aos quartéis-generais;
- Ainesten Espírito Santo Mascarenhas, pai de suspeito de ter participado dos atos de vandalismo;
- Coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, ex-comandante do Policiamento Regional da PM-DF;
- Subtenente Beroaldo José de Freitas Júnior, da PM-DF;
- Osmar Crivelatti, ex-Coordenador Administrativo da Ajudância-de-Ordens da Presidência da República;
Confira os convocados que foram ouvidos pela CPMI:
- Anderson Torres, ex-Secretário de Segurança do DF;
- Jorge Eduardo Naime Barreto, Coronel responsável pelo Departamento Operacional da PM/DF;
- Fábio Augusto Vieira, Coronel ex-Comandante da PM/DF;
- General Augusto Heleno, ex-Ministro-Chefe do GSI da gestão Bolsonaro;
- General Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-Chefe do Comando Militar do Planalto;
- General Marco Edson Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI do presidente Lula;
- Adriano Machado, fotógrafo da agência de notícias Reuters;
- Saulo Moura da Cunha, ex-diretor da Abin;
- George Washington de Oliveira, condenado por atentado a bomba em Brasília;
- Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
- Wellington Macedo de Souza, condenado por atentado a bomba em Brasília;
- Cabo Marcela da Silva Morais Pinno, da PM-DF;
- Hacker Walter Delgatti Neto;
- Argino Bedin, empresário do agronegócio suspeito de financiar os atos do 8 de janeiro;
- Silvinei Vasques, ex-Diretor-Geral da PRF;
- Sargento Luís Marcos dos Reis, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
- Coronel Jean Lawand Júnior;
- Leonardo de Castro, Diretor de Combate à Corrupção e Crime Organizado da PC-DF;
- Perito da PC-DF Renato Martins Carrijo;
- Perito da PC-DF Valdir Pires Dantas;
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