A fim de acomodar o centrão, o presidente Lula deve realizar algumas mudanças na Esplanada dos Ministérios nas próximas semanas. Nesta terça-feira, 18, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, recebeu os deputados federais André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) no Palácio do Planalto — em momentos separados.
Ambos são nomes fortes do centrão cotados para ocupar cargos no primeiro escalão da gestão petista. De acordo com relatos obtidos por Oeste, os encontros serviram para Padilha e os parlamentares entenderem como os partidos podem entrar no governo.
Mas é o presidente Lula quem vai bater o martelo — assim que retornar da viagem a Bruxelas, na Bélgica, nesta semana. O petista deve se encontrar com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), líder do centrão.
Lula negocia a entrega de ministérios a indicados do PP e do Republicanos, mesmo que isso signifique que o PT e o PSB fiquem com pouco espaço na Esplanada.
Em 7 de julho, a promessa de acomodar o centrão foi o que garantiu a aprovação do projeto de lei que retoma o voto de qualidade no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
Se, por um lado, a entrada do centrão no governo Lula 3 já foi acertada, por outro, ainda falta definir qual fatia vai ficar com cada um. Lira estava de férias nos EUA desde a semana passada, mas deve retornar a Brasília hoje.
Nos bastidores, a ideia é que Fufuca comande o Ministério do Desenvolvimento Social, atualmente sob a gestão do petista Wellington Dias. A pasta é a responsável pelo Bolsa Família, pauta histórica do PT, portanto, outro ministério deve ser ofertado ao PP.
Já Silvio é cotado para assumir o Ministério do Esporte, que está sob o comando de Ana Moser. Contudo, ele ainda pode ter outras opções. A “reforma” na Esplanada começou em 6 de julho, quando Lula demitiu a então ministra do Turismo, Daniela Carneiro. Ela foi substituída pelo deputado federal Celso Sabino (União Brasil-PA).
A mudança nos ministérios é uma das tentativas do governo de se aproximar do centrão. No primeiro semestre, o governo foi alvo de diversas reclamações no Congresso em relação à demora na liberação de emendas, à falta de nomeações de aliados e à forma como os ministros tratavam os parlamentares.
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