O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), comentou pela primeira vez, nesta segunda-feira, 24, a “reforma” ministerial que o presidente Lula deve fazer nas próximas semanas. A mudança pretende abrir espaço para o centrão, comandado por Lira, entrar no primeiro escalão do governo.
“O governo tem que discutir quem, quando e de que forma”, disse Lira a jornalistas depois de participar do evento do grupo Lide. “A reforma ministerial é do presidente da República, nós somos partidos. Então, penso que esse assunto está sendo, de uma certa forma, atropelado, não ajuda a governabilidade do governo e o governo também tem que ajudar a se facilitar. É um tema do governo, não do Congresso.”
Centrão de Lira na Esplanada de Lula
Conforme noticiou Oeste, o presidente negocia a entrega de dois ministérios a indicados do PP e do Republicanos, mesmo que isso signifique que o PT e o PSB fiquem com pouco espaço na Esplanada.
Em 7 de julho, a promessa de acomodar o centrão foi o que garantiu a aprovação do projeto de lei que retoma o voto de qualidade no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
Nos bastidores, a ideia é que o deputado federal André Fufuca (PP-MA) comande o Ministério do Desenvolvimento Social, atualmente sob a gestão do petista Wellington Dias.
A pasta é a responsável pelo Bolsa Família, pauta histórica do PT, portanto, outro ministério deve ser ofertado ao PP, ou o partido assume a pasta sem modificar a secretaria que administra o programa social.
Já o deputado federal Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) é cotado para assumir o Ministério do Esporte, que está sob o comando de Ana Moser. Contudo, ele ainda pode ter outras opções.
Na terça-feira 18, inclusive, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, se reuniu com Fufuca e Silvio para definir as possibilidades de ambos entrarem no governo.
Lula, contudo, é quem deve “bater o martelo”. Para tanto, o petista possui uma reunião pendente com Lira desde a semana passada.
A “reforma” na Esplanada começou em 6 de julho, quando Lula demitiu a então ministra do Turismo, Daniela Carneiro. Ela foi substituída pelo deputado federal Celso Sabino (União Brasil-PA).
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