O procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, entendeu que as provas usadas pela Polícia Federal (PF) para prender Filipe Martins, ex-assessor do governo Bolsonaro, são frágeis. As observações constam em um parecer de 20 de março.
As evidências da PF que não se sustentariam são: 1) informações retiradas de um site do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (EUA), o qual mostraria a presença de Martins naquele país em 30 de dezembro de 2022; 2) uma lista de passageiros encontrada no computador do tenente-coronel Mauro Cid.
De acordo com o documento, a PGR solicitou mais informações à Força Aérea Brasileira e aos EUA. “A manifestação é pela concessão de novas vistas após a apresentação das respostas e pela determinação das seguintes diligências complementares: expedição de ofício à FAB requisitando que informe se há imagens armazenadas dos embarques realizados em 30/12/2022; a solicitação, pelas vias diplomáticas necessárias, de informações ao governo dos EUA sobre a existência de registros oficiais”, diz Gonet, em trecho da peça.
“Vale ainda ressaltar que há um documento oficial do próprio governo brasileiro, já após a transição, inclusive, que atesta a ausência de Filipe Martins na comitiva presidencial que se dirigiu aos Estados Unidos no voo do dia 30 de dezembro de 2022”, acrescentou a defesa de Martins, em nota. “Todos os documentos pertinentes foram devidamente anexados ao processo. A defesa, mais uma vez, se manifestará nos autos requerendo a imediata revogação da prisão, pois entende um excesso o requerimento de novas diligências formulado pela PGR, principalmente considerando que Filipe Martins já completa 49 dias.”
Bilhetes da Latam confirmam que Filipe Martins não viajou para o exterior
Em 15 de fevereiro, por ocasião da prisão de Martins, Oeste informou que, com base em bilhetes da Latam, o ex-assessor de Bolsonaro esteve em Curitiba na data apontada como o dia no qual Martins embarcou com uma comitiva ao exterior.
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Estado de democrático de direito?? Esse país é uma piada de muito mau-gosto.
Difícil saber quem é mais sem vergonha, se a PGR ou o STF.