Ao menos nas três últimas semanas, o senador Cid Gomes (PDT-CE), primeiro vice-presidente da CPMI do 8 de Janeiro, não compareceu às sessões do colegiado. O motivo das faltas seria uma briga regional entre ele e o próprio irmão, ex-governador Ciro Gomes (PDT).
Na segunda-feira 3, a Executiva Nacional do PDT aprovou uma intervenção no diretório estadual do Ceará. A intervenção contou com o voto de Ciro, contra uma abstenção de Cid. Agora a cúpula do PDT em Brasília vai comandar a gestão do partido no Estado até dezembro deste ano.
A medida impede que Cid assuma a direção estadual do PDT; ele tem o apoio de alguns dirigentes partidários do Ceará. O senador convocou uma reunião do diretório cearense para esta sexta-feira 7 para pautar a destituição do atual presidente do PDT no Estado, deputado federal André Figueiredo — aliado de Ciro.
“No momento em que decidimos convocar o diretório, isso requereu de mim um trabalho pessoal e intransferível”, declarou Cid a jornalistas na segunda-feira 3. “Em vez de dar um telefonema, eu tenho de ir ao encontro dos integrantes do diretório para explicar tudo o que está acontecendo há dez meses.”
Agora, com a decisão da Executiva Nacional, o encontro não deve acontecer. O pano de fundo de toda a briga é uma disputa pelo governo do Ceará em 2022 que veio à tona agora devido a outra disputa pelas eleições municipais de 2024.
“Tive um gesto de respeito à fraternidade a que eu não queria pôr fim com o Ciro”, disse o parlamentar. “Em respeito a isso, me recolhi, achando que depois as coisas iriam melhorar, mas infelizmente não é o que houve. Cada vez mais azedo, cada vez mais odiento, cada vez mais passional está o clima no PDT.”
No ano passado, Ciro queria lançar o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio ao governo, enquanto Cid apoiava Izolda Cela, então governadora do Ceará, que contava com o apoio do PT. Contudo, a decisão do partido de ter um candidato próprio colocou um ponto final na aliança com o PT.
“Nem o resultado da eleição foi capaz de fazer com que esse segmento mais radical do partido compreendesse o equívoco estratégico, o erro histórico que fizeram”, concluiu Cid.
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