A aquisição de mais de mil postos de gasolina no Brasil já virou a ponta do iceberg do que seria um esquema do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Há dois meses, o governador Tarcísio de Freitas informou que a organização criminosa é dona de 1,1 mil unidades no Brasil.
Com essas companhias, a Justiça suspeita que o PCC lava o dinheiro sujo do tráfico de drogas e armas.
Desde 2022, o setor de combustível tem percebido o aumento de atividades do grupo, que passou a adquirir usinas de etanol.
Executivos do setor disseram a Oeste que, mais recentemente, o PCC também investiu em refinarias e até empresas de transporte para facilitar a logística. O intuito da facção, segundo os empresários, é ficar cada vez mais independente para atuar no segmento.
Há, ainda, o deslocamento de parte de advogados do PCC para atuar em possíveis ações judiciais que envolvam as empresas, afirmaram membros da cúpula da polícia de São Paulo.
Postos de gasolina e ameaças do PCC
Relatos de pessoas do setor dão conta de ameaças de morte de executivos do ramo que se opõem publicamente às investidas do crime organizado. Os ataques se estendem a familiares.
Conforme depoimentos à reportagem, integrantes da facção realizam ligações telefônicas intimidadoras e mandam até correspondências com mensagens veladas em endereços de seus alvos.
De acordo com executivos, o procedimento abrange os donos dos postos. Há um modus operandi de extorsão e sufocamento financeiro desses empreendedores. O objetivo: cooptá-los para expandir a rede do crime. Se o proprietário se recusar a colaborar, a última consequência é a ameaça de morte.
Leia também: “Tempos de treva”, reportagem publicada na Edição 223 da Revista Oeste
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