(J.R. Guzzo, publicado no jornal Gazeta do Povo em 17 de março de 2022)
Após mais de dois anos de desgraças, a covid vai finalmente entrando na sua fase de dissolução, com infecções, mortes e internações hospitalares em baixa, e o desmanche progressivo das medidas impostas pela autoridade pública para administrar a doença. Nunca se saberá, no Brasil e no resto do mundo, o custo real dessa tragédia sanitária sem precedentes. As ciências médicas e biológicas não chegaram até hoje, apesar do imenso esforço feito em pesquisas, a reunir respostas realmente satisfatórias sobre a pandemia, e nem sobre a real eficácia das providências tomadas por governos e pelas pessoas para lidar com ela. Hoje, quando o desastre se encaminha para o seu fim, há quase tantas dúvidas quanto havia no começo — e uma sensação de que se pagou um preço alto demais para combater essa guerra.
Fala-se muito das calamidades em cascata causadas pela desaceleração, ou pura e simples paralisação, da atividade produtiva em todo o mundo — dois anos de recessão, desemprego, falências, gasto público desesperado e por aí afora. Menos mencionada, porque não interessa aos governos nem aos beneficiários das medidas de “lockdown”, é a devastação causada na educação dos jovens e crianças pobres com o fechamento das escolas — e o ataque sem precedentes às liberdades que as autoridades e as elites têm feito ao longo dos dois últimos anos.
Os países desenvolvidos fizeram uma defesa muito melhor do futuro de suas crianças, percebendo, desde o início, que era essencial manter as escolas em funcionamento. O Brasil fez exatamente o contrário. Até hoje há escolas fechadas. Os alunos do ensino privado ainda se defenderam melhor, por terem mais recursos, mas a imensa maioria dos alunos brasileiros do ensino básico não aprendeu nada durante este tempo todo. As aulas “à distância”, para as crianças pobres, foram uma piada: como dar aulas “on-line” sem computadores, sem internet estável, sem assistência técnica, sem a presença de monitores? Como ensinar sem professores, que trataram de toda essa tragédia como uma questão sindical, fazendo greves para não voltar às escolas e ficando dois anos seguidos em casa?
Os alunos que perderam os anos de 2020 e 2021, e ainda vão receber um ensino deficiente em 2022, sofreram um prejuízo que vai lhes perseguir pelo resto de suas vidas. É muito simples: o que não aprenderam agora não será aprendido nunca. Nenhum “Estado” e nenhuma empresa com “sensibilidade social” vai lhes pagar ou compensar por isso. Só vão lhes oferecer empregos ruins, salários baixos, trabalho de má qualidade, sem perspectivas de progresso profissional ou de melhoria de vida — o que sempre se oferece a quem sabe pouco. O fechamento das escolas, sob a mais completa indiferença dos que mandam e dos pensam neste país, foi a maior e mais perversa ação de retrocesso social que o Brasil já teve em sua história moderna. A distância entre ricos e pobres aumentou ainda mais, e não há “políticas de igualdade” que possam resolver isso.
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Boa, Guzzo! Se há algum ponto positivo nessa tragédia, é saber que nossos estudantes ficaram dois anos sem a doutrinação dos grupos financiados pelos adoradores do lucro. Quem já teve uma ideia na vida (ou em dois anos) nunca mais aceitará outra ideia que seja menor do que aquela.
Sinônimo de progressivo é – que progride. Estas forças esquerdistas estão distantes disto. Nada têm de progressistas. O termo atrasistas se encaixaria melhor na definição desta corrente.
Os urubus malignos de alma vermelha e delinquente, que fazem ponto no canto da praça dos Três Poderes são os responsáveis eternos pela tragédia sem precedentes!!
Aqueles cretinos do STF tem que parcela de culpa nesse processo de destruição?
Para as crianças cujas condições econômicas permitiram o acompanhamento de aulas virtuais, esta pandemia foi lucrativa.
Familiarizaram-se ainda mais com as tecnologias de transferência de ideias e conhecimentos on line enquanto que se eliminaram uma grande parte de possíveis concorrentes no futuro mercado de trabalho, justamente aqueles jovens que ficaram amputados de uma janela de oportunidade que só a idade oferece, e que não se abre nunca mais, por causa de autoridades e, principal e vergonhosamente, professores, que, para nossa decepção e vergonha, consideraram o ensino uma atividade não essencial.
E tudo isso com a chancela dos ministros do STF e a falta de peito do Pr. Não lembro de ele ter tocado no assunto. Só ficou bravatendo e fazendo politica. O país mais ignorante eh o que interessa para essa gente. E, estão conseguindo . vejo os jovens pendendo para o ladrão, isso já significa uma geração de mal informados e tolos.
Bolsonaro brigou sozinho contra o sistema e, principalmente, o STF para manter abertas escolas, comércio e liberdades. Quase perdeu o mandato por isso.
O sistema venceu, mas, sem ele, seria ainda pior.
Essa perversidade não foi ao acaso. O trabalho de perpetuação da pobreza e da miséria pela esquerda tem método e está perfeitamente alinhada aos seus projetos de poder. Manter uma população na ignorância e subempregada ou desempregada faz parte da cartilha de dominação dos autointitulados progressistas.
Parabens, Elias; voce foi direto ao ponto com uma analise perfeita.